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Governos não fizeram 'dever de casa', diz Pezão sobre falta d'água

Governos não fizeram ‘dever de casa’, diz Pezão sobre falta d’água Governos não fizeram ‘dever de casa’, diz Pezão sobre falta d’água Governos não fizeram ‘dever de casa’, diz Pezão sobre falta d’água Governos não fizeram ‘dever de casa’, diz Pezão sobre falta d’água

Belo Horizonte – Os Estados que passam por mais dificuldades com a atual crise hídrica estão nesta situação porque os governos deixaram de fazer o “dever de casa” nos últimos anos. Foi o que sugeriu o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), segundo o qual o Executivo fluminense adotou medidas desde 2009 para reduzir os impactos da escassez de chuva.

Atualmente, apesar de também estar na iminência de um racionamento, o Rio é o Estado do Sudeste que tem melhor situação hídrica. Após reunião com Pezão e outros representantes do governo fluminense ontem, a ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, descartou falta de água no Rio de Janeiro em 2015, apesar de ressaltar a necessidade de economia de água no Estado. “Nós nos preparamos para essa crise, que já se avizinhava, de seca. Estamos passando (por menos problemas) porque já fizemos o dever de casa. As pessoas às vezes não veem os governantes fazerem seu dever de casa. Nós fazemos desde 2009. Tomamos uma série de medidas para passar a seca”, declarou Pezão. Em 2009, o Rio era comandado pelo correligionário Sérgio Cabral e o atual chefe do Executivo ocupava o cargo de vice-governador.

Mas o peemedebista, que enumerou uma série de obras feitas no Rio para reduzir o impacto da estiagem, não quis atribuir a dificuldade dos Estados vizinhos aos colegas. De acordo com Pezão, ninguém esperava “uma seca tão grande” e seu governo também terá que fazer “um novo dever de casa” para evitar o desabastecimento em 2016 e 2017. “(Porque) 2015 vamos atravessar, eu acredito, sem problemas de falta de água”, disse. Na reunião com a ministra, o Executivo fluminense pediu auxílio de R$ 360 milhões ao governo federal para ajudar nos investimentos que o governo planeja fazer como “novo dever de casa”, avaliados num total de R$ 930 milhões. Entre os projetos, Pezão citou como obra emergencial a construção de um dique de pedras na foz do rio Guandu para evitar a chamada intrusão salina, que é a entrada de água no mar no leito, o que está prejudicando a captação de água doce por empresas de grande porte como a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e Furnas.

O chefe do Executivo fluminense espera que, apesar de o governo federal ter anunciado medidas de ajuste na economia, com cortes de gastos, não haja problema para a liberação da verba para combate à crise hídrica. “Perto dos investimentos que têm que ser feitos, são recursos não tão significativos assim. De um total de R$ 930 milhões, sobram para o governo federal R$ 300 a R$ 400 milhões, o que não é nada. Mesmo com o Joaquim Levy cortando tudo que quer cortar, é uma obra supernecessária”, brincou, referindo-se ao ministro da Fazenda.