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Greve atinge os dois principais aeroportos de Buenos Aires

Greve atinge os dois principais aeroportos de Buenos Aires Greve atinge os dois principais aeroportos de Buenos Aires Greve atinge os dois principais aeroportos de Buenos Aires Greve atinge os dois principais aeroportos de Buenos Aires

Buenos Aires – Os controladores de voo do Aeroporto Internacional de Ezeiza aderiram à greve geral argentina no meio desta terça-feira, 9. Até então, os cancelamentos na principal via de entrada aérea ao país atingiam apenas os rotas das companhias Aerolíneas Argentinas, Austral e LAN, cujos funcionários aderiram à paralisação. O aeroporto doméstico da capital, o Aeroparque, não funcionou em nenhum momento. Com a decisão dos controladores, a tendência é que viagens de outras empresas sejam desviadas ou suspensas até a meia-noite. No início da tarde, a Gol informou que todos seus oito voos para e de Buenos Aires foram cancelados. A TAM já havia anunciado na noite de segunda-feira o cancelamento de sete voos (quatro de ida e três de volta) entre Brasil e Argentina.

A greve geral é liderada por sindicatos de transportes. Em Buenos Aires, ônibus, trens e metrô não funcionam, o que deixou como alternativas a quem pretendia ir trabalhar os táxis (em geral, os conduzidos pelos próprios proprietários), as bicicletas e a carona em carros particulares.

De madrugada, ativistas começaram bloqueios sistemáticos nas principais entradas da capital, estratégia usada na paralisação do dia 31 de março. As estradas passaram a ser liberadas por volta das 11 horas e os manifestantes marcharam do Obelisco, ponto turístico na principal avenida da cidade, a 9 de julho, até o Congresso. Embora não houvesse dados dos sindicatos sobre a adesão, o protesto de hoje pareceu menos eficaz que o de março, pelo maior número de lojas abertas.

Como os postos de gasolina não abrem, os taxistas trabalham enquanto há combustível. A coleta de lixo na capital será retomada somente à noite e a maior parte dos bares e restaurantes não deve abrir. Bancos e supermercados funcionam. Nos hospitais, só os serviços de emergência são mantidos.

A razão da greve é a resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário, hoje em 15 mil pesos (R$ 5,1 mil). O tributo desconta até 35% da renda, de acordo com a faixa salarial. O kirchnerismo aceitou reduzir o valor cobrado dos que ganham entre 15 mil pesos e 25 mil pesos, o que na prática significou um aumento no salário líquido de 5% a 6%. Também querem um salário mínimo de 8.600 pesos (R$ 2.950).

O ministro dos Transportes, Florencio Randazzo, referiu-se à falta de transporte como uma “detenção domiciliar de milhões de trabalhadores”. Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina Kirchner, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial e de até 25% segundo consultorias privadas. Os líderes das categorias querem um reajuste superior a 30%, enquanto o governo quer manter os aumentos abaixo dos 27%. O país tem eleição em outubro.