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Irã convoca embaixador britânico para explicar presença em ato contra aiatolá

Os protestos registrados no fim de semana acontecem após o país admitir ter derrubado um avião ucraniano na última quarta-feira (08)

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Foto: Reprodução

O Ministério das Relações Exteriores do Irã informou neste domingo (12), que convocou o embaixador britânico no país, Robert Macaire, para explicar sua presença em um protesto contra o governo iraniano no sábado (11), em Teerã. O ministério chama o protesto de “ilegal” e fala em um “comportamento não convencional” de Macaire.

Os protestos registrados no fim de semana, no Irã, acontecem após o país admitir ter derrubado um avião ucraniano na quarta (08), causando a morte das 176 pessoas que estavam a bordo. 

O Irã alega que o avião foi derrubado por engano. O país vive uma escalada de tensão desde a morte do general Qassim Suleimani em operação dos Estados Unidos.

Macaire chegou a ser detido por várias horas no sábado (11), em frente à universidade Amir Kabir, onde protestantes se reuniram.

A mídia iraniana informou que Macaire estava incitando os protestos. Neste domingo (12), o embaixador negou ter participado de qualquer manifestação política no Irã, mas disse ter comparecido a um tributo às vítimas da queda do Boeing 737.

“Fui a um ato apresentado como uma vigília em memória das vítimas da tragédia do avião da Ukraine International Airlines, derrubado próximo ao Teerã nesta quarta. É normal querer prestar minhas homenagens, já que algumas vítimas eram britânicas”, afirmou.

De acordo com Macaire, ele abandonou o local cerca de cinco minutos depois, “quando algumas pessoas começaram a protestar contra as autoridades”. Cerca de 200 pessoas fizeram uma manifestação neste domingo em frente à embaixada britânica, em Teerã, queimando uma bandeira do Reino Unido.

No sábado (11), o chanceler britânico Dominic Raab, chamou a detenção temporária de Macaire uma “violação flagrante da legislação internacional”. O chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou a prisão de Macaire e se disse preocupado com a situação. “É necessário o máximo de respeito à Convenção de Viena”, escreveu Borrell no Twitter.

Após a morte de Suleimani, que era visto como um ícone nacional, os iranianos reuniram-se em apoio aos seus líderes. Os protestos deste sábado sinalizam uma mudança de comportamento após a mea culpa iraniana a respeito do avião ucraniano.

O Irã negou por vários dias que um míssil teria derrubado a aeronave. Mas a pressão internacional aumentou quando Estados Unidos e o Canadá, citando informações de inteligência, disseram acreditar na hipótese.