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Juíza cita gasto de água para proibir carnaval em Campina Verde (MG)

Juíza cita gasto de água para proibir carnaval em Campina Verde (MG) Juíza cita gasto de água para proibir carnaval em Campina Verde (MG) Juíza cita gasto de água para proibir carnaval em Campina Verde (MG) Juíza cita gasto de água para proibir carnaval em Campina Verde (MG)

Franca – Uma liminar concedida nesta quarta-feira, 28, pela Justiça proíbe a realização do carnaval este ano em Campina Verde, cidade localizada no Triângulo Mineiro. A prefeitura, que pretende recorrer, gastaria até R$ 700 mil com o evento que é tradicional na região. Em seu despacho, a juíza Eleusa Maria Gomes citou a crise hídrica enfrentada pelo país.

No carnaval, segundo ela, “pessoas enchem caminhonetes de água para se refrescarem”. A magistrada enumera ainda que “há a necessidade de gastos com inúmeros caminhões de água para lavarem as ruas em todas as manhãs de carnaval”. E, por fim, lembra que a estiagem prejudica Minas Gerais, pois, “o estado enfrenta escassez de água nos reservatórios”.

A ação pedindo o cancelamento do carnaval partiu do Ministério Público levando em conta a crise financeira municipal, agravada pela seca. Com a liminar não poderão ser contratados artistas para os festejos e nem montados palcos ou desenvolvido qualquer outro serviço com esta finalidade. Até as obras que já haviam sido iniciadas para as comemorações deverão ser desfeitas. O não cumprimento por parte da prefeitura resultará em multa diária de R$ 20 mil.

O promotor José Cícero Barbosa da Silva Junior alega que os servidores públicos municipais convivem com atrasos no pagamento dos salários e que, desde junho de 2013, não é depositado o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Segundo ele, somente a dívida relativa a este benefício é estimada em mais de R$ 1 milhão. Ele diz ainda que em janeiro o município deixou de pagar R$ 260 mil devidos aos funcionários temporários.

O MP teria recomendado o pagamento dessa e de outras dívidas, mas não adiantou. “O município, ao invés de pagar as verbas rescisórias devidas a seus ex-servidores e servidores aposentados, ambos em estado de vulnerabilidade social e econômica, optou por aplicar-lhes o calote, rolando a dívida por mais seis meses, e fazer festa com o escasso recurso público, com o dinheiro do povo”, afirma o promotor de Justiça.

Recurso

A Prefeitura de Campina Verde informou que irá ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) recorrer da decisão, tomada em primeira instância. O objetivo é conseguir o efeito suspensivo da liminar para que os preparativos do carnaval possam prosseguir e a festa ser realizada.