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Junção de barragens pode ter causado tragédia em Mariana

Foi a barragem de Fundão que ruiu em novembro, apesar de não estar com capacidade esgotada. Já a barragem de Germano não tinha mais condições de receber rejeitos

Junção de barragens pode ter causado tragédia em Mariana Junção de barragens pode ter causado tragédia em Mariana Junção de barragens pode ter causado tragédia em Mariana Junção de barragens pode ter causado tragédia em Mariana
Investigação poderá mostrar causas do rompimento da barragem em Mariana Foto: Reprodução

Belo Horizonte – A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais apura se uma obra de unificação de barragens da Samarco, em Mariana, pode ter provocado o vazamento de rejeitos de minério de ferro que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, no município. Na tragédia, ocorrida no dia 5 de novembro, já foram confirmadas 16 mortes. Outras três pessoas seguem desaparecidas.

A obra, conforme revelou reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste sábado, dia 12, previa a união das barragens de Fundão e de Germano. Foi a de Fundão que ruiu em novembro, apesar de não estar com capacidade esgotada. Já Germano não tinha mais condições de receber rejeitos. De acordo com a reportagem, a megabarragem teria capacidade para comportar ao menos 255 bilhões de rejeito de minério.

Para realizar a unificação seria necessário o alteamento de Fundão, já que os reservatórios não estavam no mesmo nível – a diferença seria de 20 metros de uma para a outra. Com a obra, a Samarco ampliaria a capacidade de armazenamento em 30 milhões de metros cúbicos, aproximadamente, devido à supressão de diques, informou à reportagem o subsecretário de Controle e Fiscalização Ambiental de Minas Gerais, Geraldo Abreu.

A licença para a unificação das barragens já havia sido concedida pelos órgãos ambientais e a obra estava em curso no dia da tragédia. “Tudo estava dentro do previsto pela legislação”, afirma o subsecretário. Segundo Abreu, somente ao final das investigações será possível saber se a obra pode ter contribuído para o rompimento do reservatório de Fundão.

No dia 5, funcionários terceirizados da Samarco trabalhavam na obra, o que foi constatado pela secretaria no dia seguinte ao desastre. O prazo para a conclusão dos trabalhos seria 2018, quando a megabarragem entraria em funcionamento.