Geral

Juro nos EUA não deve subir antes de setembro, diz BoFA Merrill Lynch

Juro nos EUA não deve subir antes de setembro, diz BoFA Merrill Lynch Juro nos EUA não deve subir antes de setembro, diz BoFA Merrill Lynch Juro nos EUA não deve subir antes de setembro, diz BoFA Merrill Lynch Juro nos EUA não deve subir antes de setembro, diz BoFA Merrill Lynch

Nova York – O relatório de emprego divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, com criação de vagas abaixo do previsto, é um novo indício de que a atividade econômica no país está se desacelerando e o primeiro trimestre será fraco, avalia o Bank of America Merrill Lynch. Nesse cenário, a alta de juros dificilmente vem antes de setembro.

A economista do BoFA Merrill Lynch, Michelle Meyer, avalia que o mês de setembro ainda é o mais provável para que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a elevar os juros, mas apenas se os indicadores melhorarem nos próximos meses. Caso contrário, a alta deve ser adiada. Michelle ressalta que a presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou repetidas vezes que o BC é dependente de indicadores da atividade para tomar decisões de política monetária e a economista afirma que é pouco provável que os juros sejam elevados “de forma simbólica” sem a economia estar devidamente preparada. Em março, foram criadas 126 mil vagas, ante expectativa de 248 mil de Wall Street e de 270 mil do banco norte-americano.

O único ponto positivo do relatório (também chamado de payroll) divulgado hoje foi o aumento dos salários, ressalta Michelle Meyer. O ganho médio por hora subiu 0,3% em março, acima dos 0,2% esperados pelo banco. Em fevereiro, a alta havia sido de apenas 0,1%. A economista ressalta, porém, que mesmo com a alta maior, o aumento acumulado no ano, de 2,1%, continua sendo um número decepcionante. Ou seja, a melhora recente do mercado de trabalho nos EUA, com alta da criação de vagas e redução da taxa de desemprego, não tem se traduzido em aumento mais forte da renda dos trabalhadores.

O BoFA Merrill Lynch avalia que o payroll de hoje é mais um indicador a mostrar que o primeiro trimestre teve uma desaceleração da economia. Indicadores da indústria e do setor imobiliário e de construção também vieram com números piores que o esperado. Ela projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA vá crescer 1,4% no período, abaixo dos 2,2% do quarto trimestre de 2014. Michelle ressalta que a expectativa é de que o PIB norte-americano volte a se acelerar a partir deste segundo trimestre, mas não se pode ignorar os indícios que os indicadores recentes têm mostrado.

Sobre o relatório de emprego, a economista do BoFA ressalta ainda que os números de criação de vagas vieram, no geral, ruins. Os setores ligados ao petróleo cortaram 11 mil postos em março e a construção reduziu mil vagas. Este último segmento é bastante afetado pelo inverno rigoroso e as nevascas no país, ressalta ela, enquanto a queda do preço do petróleo afetou os investimentos e operações de toda a cadeia do setor. Mas mesmo em setores não influenciados diretamente pelo inverno e petróleo, o ritmo de contratações foi mais fraco, de acordo com a economista.