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Justiça determina suspensão do abastecimento d'água no interior de Linhares

Segundo decisão, laudos técnicos apontam que a má qualidade da água em Degredo não está relacionada ao desastre no Rio Doce

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Foto: Divulgação

Uma decisão da Justiça Federal determinou que a Fundação Renova interrompa o abastecimento de água em Degredo, no litoral de Linhares, até fevereiro de 2020. Segundo a determinação, a água barrenta que chegava à torneira dos moradores não tem relação com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015.

A água que abastecia as casas de Degredo era de poços artesianos. Mas, de três anos para cá, ficou com aspecto barrento. Na época, moradores suspeitavam que a lama que desceu o Rio Doce, depois do rompimento da barragem em Mariana, MG, em 2015, seria a causa. Para eles, o barro tinha contaminado o lençol freático e, por isso, fez a água dos poços ficar marrom.

Depois disso, a Fundação Renova, responsável pela reparação de danos causados pela Samarco, começou a distribuir galões de água para moradores de lá. Mas, segundo 12ª Vara Federal de Minas Gerais – hoje a frente de decisões que envolvam a tragédia no Rio Doce – laudos técnicos apontam que a má qualidade da água não está relacionada ao desastre ambiental.

Abastecimento

Em 2018, o Comitê Interfederativo (CIF), que há três anos é responsável pelas decisões administrativas envolvendo as ações de compensação e reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, determinou que a Fundação Renova se responsabilizasse pelo fornecimento de água potável a moradores de Degredo.

Diariamente, são 15 litros de água mineral por pessoa na comunidade. Sem o abastecimento feito pela Renova, moradores vão ficar sem nenhuma fonte de água potável disponível.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), autarquia da Prefeitura de Linhares que capta, trata e distribui água para cidade, informou que Degredo é abastecido por poços artesianos que ficam em propriedades particulares. Ou seja, não é responsabilidade do município. Porém, diz que mantém o diálogo com moradores e que aguarda o projeto de abastecimento da Fundação Renova.

Já a Fundação informou, por nota, que o fornecimento deve ser gradualmente reduzido, mediante proporcionalidade determinada, até findar em fevereiro de 2020. E que tem buscado junto ao poder público soluções para melhorar o abastecimento na região.