Geral

Justiça examinará liminar contra aumento de tarifas no Rio após ouvir prefeitura

Justiça examinará liminar contra aumento de tarifas no Rio após ouvir prefeitura Justiça examinará liminar contra aumento de tarifas no Rio após ouvir prefeitura Justiça examinará liminar contra aumento de tarifas no Rio após ouvir prefeitura Justiça examinará liminar contra aumento de tarifas no Rio após ouvir prefeitura

Rio de Janeiro – O pedido de liminar feito pelo Ministério Público do Rio em ação contra o reajuste da tarifa dos ônibus municipais para R$ 3,40, em vigor desde sábado, 3, será examinado somente após a manifestação da prefeitura com as justificativas para o aumento, segundo despacho da juíza Maria da Gloria Oliveira Bandeira de Mello, responsável pelo plantão judiciário na noite desta segunda-feira, 5.

“O ato da administração pública, que tem presunção de legitimidade, certamente se calcou em elementos técnicos que entendeu hábeis para aferição dos custos e propriedade do aumento, e que devem ser trazidos aos autos, juntamente com outros subsídios que supostamente o justifiquem, para que o Judiciário possa proferir decisão consistente e respaldada nos documentos e alegações de ambas as partes envolvidas”, escreveu a juíza.

Segundo ela, a liminar “não poderá ser examinada nesta oportunidade, o que será feito imediatamente à citação das partes”. O decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB)que autorizou o aumento foi publicado na última sexta-feira, 2. Segundo o documento, a aplicação dos reajustes previstos no contrato de concessão elevariam a tarifa para R$ 3,18, que poderia ser arredondada para R$ 3,20. Os principais itens considerados para definir esse reajuste são a variação dos preços do óleo diesel, dos pneus para ônibus, dos coletivos novos e da mão-de-obra. Somados, esses itens acarretariam reajuste de 6,23% sobre o valor antigo da passagem. Mas a prefeitura decidiu incluir também na nova tarifa os gastos com gratuidades (R$ 0,13 por passagem) e compra de veículos com ar condicionado (R$ 0,05 por passagem). Com esses itens, o valor subiu para R$ 3,37, e a passagem foi arredondada para R$ 3,40, um reajuste de 13,3%.

O contrato de concessão firmado entre a prefeitura e as empresas de ônibus prevê que o reajuste seja baseado em itens previamente determinados, que elevariam a tarifa para R$ 3,18. Já a lei que criou o bilhete único carioca prevê que “a tarifa poderá ser reajustada de acordo com os critérios que vierem a ser estabelecidos pelo Poder Executivo”. Para o Ministério Público, essa brecha legal é inconstitucional, já que permite usar qualquer alegação para justificar um aumento da tarifa acima da inflação.

“Exercício de imaginação poderá sugerir que amanhã venha o trânsito caótico da cidade, as vias esburacadas ou o tratamento psicológico aos motoristas mal treinados a caber nos ‘critérios estabelecidos pelo Poder Executivo’ para vulnerar novamente as balizas do reajuste previstas no contrato de concessão, para sorriso farto dos concessionários”, escreveu o promotor Rodrigo Terra ao propor a ação. Para ele, a irregularidade mais grave é a violação ao que o contrato prevê em relação ao índice de reajuste. Segundo ele, o porcentual deveria ter sido de cerca de 6%, o que levaria a tarifa para R$ 3,20.

No início da noite de segunda, 5, cerca de 300 ativistas protestaram contra o aumento da tarifa em ato no centro do Rio. Uma nova manifestação está programada para esta sexta-feira, 9.