Geral

Lei para reduzir maioridade penal para os nove anos provoca polêmica nas Filipinas

A medida conta com o apoio do presidente Rodrigo Duterte, que enxerga na lei a solução para reduzir crimes praticados por crianças coagidas

Lei para reduzir maioridade penal para os nove anos provoca polêmica nas Filipinas Lei para reduzir maioridade penal para os nove anos provoca polêmica nas Filipinas Lei para reduzir maioridade penal para os nove anos provoca polêmica nas Filipinas Lei para reduzir maioridade penal para os nove anos provoca polêmica nas Filipinas
Foto: Divulgação

Um projeto de lei para reduzir a maioridade penal para os nove anos de idade provocou polêmica nas Filipinas, onde diversos grupos sociais consideram a proposta uma violação aos direitos da criança. A medida conta com o apoio do presidente Rodrigo Duterte, que enxerga na lei a solução para reduzir crimes praticados por crianças coagidas por grupos criminosos.

“O governo filipino está a um passo de tratar crianças como se fossem adultos, um pilar fundamental da abusiva campanha contra o crime promovida pelo governo Duterte”, criticou o responsável pela ONG Human Rights Watch nas Filipinas, Carlos Conde. “Sem dúvidas, isso irá prejudicar a situação das crianças ao envolvê-las com o judiciário.”

O projeto de lei foi aprovado na segunda (21) pelo Comitê de Justiça do Congresso filipino e prevê a redução da maioridade penal dos quinze para os nove anos de idade. O Senado afirmou que ratificará a lei quando ela chegar ao plenário. De acordo com os parlamentares que votaram a favor da proposta, a mudança protegeria as crianças de serem usadas por grupos criminosos na prática de crimes. Opositores dizem que a nova legislação colocará mais crianças em centros de detenção juvenis.

A relatora especial sobre execuções extrajudiciais do Alto Comissariado da ONU, Agnes Callamard, emitiu um alerta sobre o “vergonhoso” projeto de lei e classificou a medida como “muito perigosa e potencialmente mortal” para as crianças filipinas.

A declaração foi rebatida pelo porta-voz do governo Duterte, Salvador Panelo. Segundo ele, a ONU “novamente se intromete em assuntos domésticos” do país e esclarece que a lei também condenará à prisão perpétua adultos que corrompam menores. As crianças que forem condenadas por crimes graves serão presas em centros de detenção especiais, com a supervisão de médicos e psicólogos.

“As estatísticas mostram um aumento no número de crimes praticados por crianças. A intenção desse projeto é protegê-las”, afirmou Panelo.

De acordo com a divisão do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nas Filipinas, o governo Duterte “não apresentou evidências” que provam a relação entre o aumento de criminalidade no país e a participação de menores em delitos graves.