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Lewandowski suspende reintegração de posse de terreno em Sumaré

Lewandowski suspende reintegração de posse de terreno em Sumaré Lewandowski suspende reintegração de posse de terreno em Sumaré Lewandowski suspende reintegração de posse de terreno em Sumaré Lewandowski suspende reintegração de posse de terreno em Sumaré

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu na quarta-feira, 13, a ordem de reintegração de posse da área conhecida como Vila Soma, em Sumaré (SP). O terreno de 100 hectares é privado e foi ocupado em 2012 por famílias sem teto, que construíram no local barracos de alvenaria e improvisaram abastecimento de água e energia.

Atualmente moram mais de 10 mil pessoas no local. A reintegração de posse estava marcada para o próximo domingo, dia 17, segundo uma determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Na decisão, Lewandowski considerou que a ação poderia gerar conflitos como o ocorrido em 2012 na desocupação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos.

“Sem a apresentação dos meios para a efetivação da remoção (como caminhões e depósitos), sem qualquer indicação de como será realizado o reassentamento das famílias, e tendo em conta o risco considerável de conflitos sociais, entendo que o imediato cumprimento da decisão poderá catalisar conflitos latentes, ensejando violações aos fundamentais daqueles atingidos por ela”, argumentou, ao conceder a suspensão como medida liminar (imediata).

A ação cautelar foi ajuizada pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que apontou no pedido apresentado ao Supremo o risco de conflitos caso a medida de reintegração fosse mantida. “Não se pode deixar de considerar que, em casos de remoção forçada de pessoas, o Brasil coleciona uma série de situações envolvendo violação sistemática de direitos humanos.”

O terreno ocupado pertence à massa falida da empresa Soma Equipamentos Industriais S/A e à Melhoramentos Agrícola Vifer Ltd. As famílias disputam na Justiça o direito de permanecer no local desde 2012. Ao longo de todo o ano passado, os moradores organizaram passeatas para tentar reverter a decisão do TJ-SP que obrigava sua saída do local. O último protesto aconteceu na semana passada.