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Mais de 30 focos de incêndios por dia são identificados em áreas florestais no norte do Espírito Santo

A grande maioria dos incêndios é provocada por ação humana

Mais de 30 focos de incêndios por dia são identificados em áreas florestais no norte do Espírito Santo Mais de 30 focos de incêndios por dia são identificados em áreas florestais no norte do Espírito Santo Mais de 30 focos de incêndios por dia são identificados em áreas florestais no norte do Espírito Santo Mais de 30 focos de incêndios por dia são identificados em áreas florestais no norte do Espírito Santo
Foto: Divulgação / Suzano
Incêndio em pilha de madeira já colhida

“O fogo desconhece limites de propriedade. Atinge plantios florestais e áreas de preservação de matas nativas, além de invadir também os terrenos de produtores rurais vizinhos às nossas áreas”. O alerta é de Douglas Guedes, gerente de Inteligência Patrimonial da Suzano, empresa que vem registrando entre 20 e 35 focos de incêndios por dia em áreas florestais no norte do Espírito Santo. Somente em 2023, a empresa já contabiliza mais de 2.140 ocorrências de incêndios em suas áreas no norte do Espírito Santo, incluindo plantios comerciais e vegetação nativa.

“Além do prejuízo econômico, os incêndios destroem o habitat de espécies ameaçadas de extinção, prejudicando a qualidade ambiental de um bem de uso comum da sociedade, que mantém nossas nascentes e reservatórios hídricos de grande importância para o período de extrema seca projetado para este ano”, completa Guedes.

A Suzano, maior produtora de celulose do mundo e uma das maiores produtoras de papel da América Latina, mantém na região norte plantios florestais que ajudam a abastecer suas fábricas em Aracruz (ES) e em Mucuri (BA), além de 108 mil hectares de áreas de preservação ambiental, que também estão sob a ameaça dos incêndios.

Guedes salienta que a Suzano tem investido fortemente em aparato de prevenção e proteção florestal que contribui para agilizar a identificação e o combate dos focos de incêndio, mas ainda assim os danos são significativos. Somente este ano, a empresa já investiu cerca de R$ 7 milhões em tecnologias de controle e prevenção, que incluem monitoramento via satélite, drone de última geração equipado com câmera de alta precisão que monitora áreas florestais e emite alerta em tempo real para as centrais de monitoramento integrado da empresa, além de manter equipes treinadas para dar o primeiro combate aos focos de incêndio.

Foto: Divulgação / Suzano
O drone Nauru é um dos equipamentos de monitoramento de incêndios, registrando imagens com alta precisão de localização

A Suzano também desenvolve o programa Guardiões da Floresta, iniciativa em que os brigadistas da empresa atuam junto às comunidades, cujo papel é muito importante no processo de prevenção. Os brigadistas orientam a população e colocam-se à disposição para acompanhar, por exemplo, queimadas controladas em pequenas propriedades, quando necessário, visando minimizar os riscos de propagação do fogo para outras áreas.

O presidente da Associação Agricultura Forte, o produtor rural Edivaldo Permanhane, destaca a preocupação com os incêndios recorrentes no norte do Espírito Santo. “Além das grandes empresas, como os casos que acompanhamos recentemente, pequenos produtores também sofrem com o prejuízo porque o fogo passa para suas áreas”, salienta ele. O produtor rural alerta para outros riscos, como a invasão de terras e outras táticas para coibir ou responder aos processos de reintegração das propriedades por seus legítimos donos.

As invasões alimentam os incêndios criminosos, sobretudo em áreas da Suzano, ameaçando a integridade das equipes de monitoramento e prevenção e colocando em risco a segurança do ambiente de negócios. Por conta dessas invasões promovidas por lideranças articuladas, a Suzano ficou impedida de fazer uso produtivo de mais de 6.700 hectares ilegalmente ocupados ao longo deste ano. Entre outubro e novembro, várias reintegrações de posse foram realizadas nas terras da empresa, mas esse é um processo que leva anos e gera diversos prejuízos.

Atentados e prisões

As invasões não são os únicos crimes praticados na região e prova disso é que mais de 100 boletins de ocorrência já foram registrados, algumas prisões foram efetuadas e vários indiciamentos realizados. Algumas ocorrências são bem graves, como o caso do integrante de uma associação que lançou gasolina em um veículo onde estavam trabalhadores que fazem a ronda patrimonial em áreas da Suzano, em uma tentativa de atear fogo e atentar contra a vida de seus ocupantes. O autor teve a prisão preventiva decretada.

Recentemente, a polícia também interrompeu o que poderia vir a ser mais uma ação criminosa: um indivíduo foi apreendido em área da Suzano portando um galão de gasolina, insumo para os incêndios provocados principalmente em pilhas de madeiras já colhidas. Um contêiner usado como base para a equipe de vigilância também foi alvejado por tiros. 

Situações como estas geram incertezas no planejamento de investimentos futuros na região. Perdem a região e as comunidades contempladas nos investimentos sociais da Suzano, cuja meta é contribuir para retirar da linha de pobreza, até 2025, 200 mil pessoas nas regiões em que a empresa atua. A Suzano continua buscando o equilíbrio das relações para seguir contribuindo com o desenvolvimento do Espírito Santo, inclusive no norte do estado.

Foto: Divulgação / Suzano