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Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho

Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho

Mariana – A Samarco, mineradora responsável pela barragem que se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na tarde desta quinta-feira, 5, ainda não sabe informar o número exato de mortos e desaparecidos – o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou, pela manhã, que há um morto e quatro feridos, além de um número não determinado de desaparecidos. De acordo com a Samarco, também não há informações sobre as causas e a extensão dos danos do acidente.

Segundo a empresa, há quatro barragens na região: Germano, Fundão, Santarém e Cava de Germano. A última fiscalização, realizada em julho de 2015, indicou, de acordo com a Samarco, que as barragens estavam em totais condições de segurança.

Apesar dos relatos de que moradores resgatados passaram mal e crianças chegaram a vomitar após a invasão da lama, a empresa afirma que o rejeito é “inerte”. “Ele é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro e não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde.”

Pela manhã, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), sobrevoou a área atingida, em companhia com integrantes da defesa civil. Na sequência, ele se reuniu com representantes da empresa. Segundo a prefeitura de Mariana, outra cidade – Barra Longa, que fica a cerca de 50 quilômetros do local do acidente – também foi atingida pelos dejetos.

Em nota, a Arquidiocese de Mariana lamentou o acidente. “O momento é de unir esforços para minimizar a aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos por essa tragédia. Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas, acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces.” A arquidiocese cobra também a investigação do desastre. “A apuração das responsabilidades por tamanha tragédia é uma exigência da justiça e condição para que tal situação nunca mais se repita”, diz a nota.

Fundada em 1977, a mineradora Samarco é fabricante de pelotas – pequenas bolinhas de minério de ferro usadas na produção de aço – a empresa é a 10ª maior exportadora do País. Com operações em Minas Gerais e no Espírito Santo, a Samarco tem capacidade para produzir 30,5 milhões de toneladas anuais de pelotas, que são destinadas a clientes em mais de 20 países.

Na Bolsa de Valores, a ações da Vale, que detém 50% da Samarco em uma joint venture com a BHP Billiton, registra fortes perdas em decorrência do acidente. Às 11h30, os papéis ON recuavam 3,95% e os PNA, -3,39%.