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Motorista de BRT onde menina ficou presa pelo braço foi ameaçado para parar veículo

A menina foi transportada desta forma ao longo de cinco quilômetros. Mesmo alertado pelos gritos dos passageiros, o motorista não parou a condução. O homem terminou demitido por justa causa

Motorista de BRT onde menina ficou presa pelo braço foi ameaçado para parar veículo Motorista de BRT onde menina ficou presa pelo braço foi ameaçado para parar veículo Motorista de BRT onde menina ficou presa pelo braço foi ameaçado para parar veículo Motorista de BRT onde menina ficou presa pelo braço foi ameaçado para parar veículo

Rio – Uma testemunha que estava no BRT Transcarioca na noite da última quinta-feira, quando a menina Jhennifer Florêncio, de seis anos, ficou presa pelo braço e foi arrastada pelo veículo entre as estações Maré e Fundão, afirmou que o motorista Cláudio Hamilton havia sido ameaçado por cerca de 10 jovens para que ele parasse antes da estação Maré, em uma área de concentração de usuários de crack. O relato condiz com o depoimento que Cláudio prestou à 64.ª Delegacia (em São João de Meriti, cidade que fica na Baixada Fluminense).

A menina foi transportada desta forma ao longo de cinco quilômetros. Mesmo alertado pelos gritos dos passageiros, o motorista não parou a condução. O homem terminou demitido por justa causa. O consórcio BRT divulgou nota informando que a atitude do motorista “não condiz com a atitude que se espera dos profissionais que atuam no sistema”.

Dentro do ônibus, a avó Rita Augusta, de 81 anos, segurava Jhennifer Florêncio na tentativa de evitar que ela se chocasse com o asfalto. A idosa fez tanta força que o braço direito da criança sofreu uma luxação.

O caso aconteceu por volta das 18 horas de quinta. Jhennifer seguia com uma tia, a avó e quatro primos para um cinema em Botafogo, na zona sul do Rio, onde assistiriam ao filme Cinderela. Quando chegou à estação, Rita segurou a mão da neta para que ela pulasse o vão entre o ônibus e a plataforma de embarque. Exatamente nessa hora, o motorista fechou a porta, com a avó dentro e Jhennifer fora, presa à porta.

O trajeto até a estação seguinte, a do Fundão, demorou cerca de dez minutos. A avó tentou manter a criança suspensa durante todo o trajeto para que ela não se machucasse. Quando chegou à estação seguinte, freou bruscamente o ônibus, desceu levando a mochila e fugiu correndo, relataram as pessoas que estavam no veículo.

O caso foi registrado na 21.ª Delegacia (Bonsucesso, zona norte) como lesão corporal culposa (não intencional). O motorista apresentou-se na 64.ª Delegacia, prestou depoimento e foi liberado.