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Mujica renuncia ao cargo de senador

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O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, renunciou nesta terça-feira, 14, ao cargo de senador que assumiu em 2014. Ele tinha o direito de permanecer na função até 2020. “As razões são pessoais; eu diria cansaço pela longa viagem”, explicou Mujica em sua carta de demissão, lida na Câmara em sua ausência.

Ele havia anunciado sua renúncia anteriormente, em 2016, mas adiara a saída em definitivo. Sua decisão foi lamentada pelos colegas da coalizão esquerdista Frente Ampla. “Vamos continuar nos encontrando em seus caminhos e seguiremos a rota de mudança para que neste mundo aqueles que são mais infelizes sejam os mais felizes”, disse a senadora Ivonne Passada.

O ex-presidente anunciou que após sua renúncia viajará para a Europa, onde participará do Festival de Veneza e estará presente na estreia do filme sobre sua vida, dirigido pelo sérvio Emir Kusturica.

Apesar da renúncia, Mujica ressaltou que não abandonará a política. “Enquanto meu corpo funcionar, não poderei renunciar à solidariedade e à luta de ideias”. Alguns observadores veem a decisão do ex-presidente como um preâmbulo para uma futura candidatura presidencial nas próximas eleições do Uruguai, marcadas para 2019. Mujica repetiu que não será candidato, mas afirmou a mesma coisa antes das eleições de 2010, quando foi eleito.

“Renuncie hoje à campanha”, escreveu o deputado Daniel Radío, do Partido Independente de centro-esquerda, pelo Twitter. O assento de Mujica no Senado será ocupado por Andrés Berterreche, membro do Movimento de Participação Popular, setor político do ex-presidente.

Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015, cinco anos durante os quais ganhou fama mundial por seu estilo austero, por sua retórica contra o consumismo e o impulso a leis inovadoras que transformaram o Uruguai no primeiro país do mundo a ter um mercado regulamentado de maconha, desde a semente até a venda do produto em farmácias.

Apesar disso, a avaliação de seu governo em conquistas concretas nas áreas da economia, educação, segurança pública e direitos humanos divide a população uruguaia.