Geral

Naufrágio artificial em Noronha pode atrair coral invasor

Naufrágio artificial em Noronha pode atrair coral invasor Naufrágio artificial em Noronha pode atrair coral invasor Naufrágio artificial em Noronha pode atrair coral invasor Naufrágio artificial em Noronha pode atrair coral invasor

O plano do governo federal de fazer 12 “naufrágios artificiais” de embarcações no mar de Fernando de Noronha, com o propósito de formar novos recifes para atrair mergulhadores, traz risco de levar para a região uma espécie invasora que afeta a biodiversidade por onde passa. O alerta é de especialistas que estudam a proliferação do chamado coral-sol.

Nativo do Oceano Pacífico, esse coral chegou ao litoral brasileiro na década de 1980, incrustado em navios e plataformas utilizadas na exploração de petróleo. Depois disso, o problema é enfrentado por biólogos, por causa de seu alto poder de devastação. Os recifes artificiais, com base em afundamento de embarcações para simular naufrágios, são situações favoráveis para o aparecimento dessa praga, que não tem predador natural. Hoje a presença do coral é combatida em partes do litoral de Bahia, Espírito Santo, Rio, São Paulo e Santa Catarina.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, em janeiro, o Laboratório de Ecologia Marinha da Universidade Federal do Rio Grande do Norte fez um alerta de ocorrência de novo registro de coral-sol no litoral pernambucano, mais precisamente no Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. O problema já foi informado ao Ibama, com recomendação de que a espécie exótica seja totalmente eliminada do local.

“A introdução dessa espécie pode causar impacto profundo na fauna aquática, reduzindo ou acabando de vez com outras espécies”, diz o biólogo e doutor em saúde pública Anderson Sena Barnabé.

Conforme o Estado revelou, o governo pretende afundar 12 barcos no entorno de Fernando de Noronha e liberar embarcações com 600 passageiros ou mais. A informação foi confirmada em vídeo gravado pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), que esteve na ilha com o presidente da Embratur, Gilson Machado. O Estado de Pernambuco criticou o plano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.