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No Dia Internacional dos Direitos Humanos, manifesto de arquitetos prega inclusão

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, manifesto de arquitetos prega inclusão No Dia Internacional dos Direitos Humanos, manifesto de arquitetos prega inclusão No Dia Internacional dos Direitos Humanos, manifesto de arquitetos prega inclusão No Dia Internacional dos Direitos Humanos, manifesto de arquitetos prega inclusão

Nesta quinta-feira, 10, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) divulga um manifesto em defesa de um “ambiente construído planejado, saudável e inclusivo”. Na esteira da crise provada pela pandemia de covid-19, a entidade chama atenção para a necessidade de planejamento urbano em nome da garantia dos direitos à habitação digna, água potável e infraestrutura sanitária.

“A Covid-19 reforçou exponencialmente tais princípios, escancarando para toda sociedade as precárias condições de vida de 45 milhões de brasileiros que vivem (sobrevivem, na realidade) em favelas e habitações subnormais em periferias desassistidas de serviços públicos”, aponta o CAU/BR. “É amedrontador antever qual será o Brasil de 2050, quando a população urbana mundial dobrará de tamanho. Queremos contribuir de forma assertiva para que a mesma força que impulsiona a urbanização seja vetor da transformação de um mundo melhor para todos”, completa a entidade.

Em agosto passado, enquanto os partidos políticos realizavam convenções para anunciar seus candidatos nas eleições municipais, sete entidades que representam arquitetos e urbanistas se uniram para lançar uma carta aberta com sugestões aos planos de governo e propostas de campanha dos aspirantes a prefeitos e vereadores. O documento, resultado de um ciclo de debates preparatório promovido pelo CAU, trouxe diretrizes e proposições de planejamento urbano para garantir a “sustentabilidade econômica, ambiental e social” dos municípios e é lembrado no manifestado divulgado hoje. A entidade sinaliza que pretende continuar o lobby em nome do projeto.

“Transcorridas as eleições, buscaremos contato direto com os novos prefeitos e vereadores objetivando adesão aos princípios da Carta”, adianta.

Leia a íntegra do manifesto:

Na passagem, em 10 de dezembro, de mais um Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) reafirma o comprometimento dos arquitetos e urbanistas com a defesa e implementação de ações concretas por um ambiente construído planejado, saudável e inclusivo.

Em razão da pandemia da Covid-19, o mundo vive hoje a mais dramática crise de saúde pública, social e econômica da história desde 10 de dezembro de 1948, data em que a Assembleia Geral da ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Documento mais traduzido da história moderna, a Declaração balizou a construção da Agenda do Milênio (Objetivos do Desenvolvimento do Milênio), de 2000, da Agenda 2030 (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), de 2015, e da Nova Agenda Urbana (NAU), de 2016.

Todos esses manifestos convergem para a inclusão dos direitos à habitação digna, à água potável e infraestrutura sanitária como fundamentais para o enfrentamento dos desafios do atual processo de urbanização, como as desigualdades sociais, territoriais e a proliferação de moradias precárias.

A Covid-19 reforçou exponencialmente tais princípios, escancarando para toda sociedade as precárias condições de vida de 45 milhões de brasileiros que vivem (sobrevivem, na realidade) em favelas e habitações subnormais em periferias desassistidas de serviços públicos.

Nesse quadro, é amedrontador antever qual será o Brasil de 2050, quando a população urbana mundial dobrará de tamanho. Nós, arquitetos e urbanistas, não fugiremos de nossas responsabilidades. Queremos contribuir de forma assertiva para que a mesma força que impulsiona a urbanização seja vetor da transformação de um mundo melhor para todos.

Nosso compromisso com a vida vem dos anos 1940 quando fóruns da categoria ressaltaram a função social da Arquitetura e Urbanismo e o papel do arquiteto como profissional capacitado em unir tecnologia, arte e visão social para a construção de cidades dignas.

Nos tempos atuais, o slogan “Ninguém deve ser deixado para trás”, da Nova Agenda Urbana, traduz bem o que defendemos.

A “Carta Aberta à Sociedade e aos (às) candidatos (as) nas eleições municipais de 2020”, elaborada pelo CAU/BR em conjunto com nossas entidades nacionais de Arquitetura e Urbanismo (ABAP, ABEA, AsBEA, FNA, IAB e FeNEA), traz como primeiro princípio fundamental “colocar as pessoas no centro das políticas, programas e projetos urbanos de curto, médio e longo prazos, priorizando o bem estar social, em busca ao pleno atendimento ao saneamento ambiental, moradia digna e educação cidadã para todos (as)”.

Transcorridas as eleições, buscaremos contato direto com os novos prefeitos e vereadores objetivando adesão aos princípios da Carta.

Defendemos o respeito aos direitos humanos, com foco especial nas mulheres, nos idosos, nas crianças, nas pessoas com deficiência e na população vulnerável.

Queremos e lutaremos pelo direito à Arquitetura e Urbanismo para todos da mesma forma como Saúde e Educação.

Queremos e contribuiremos para a defesa de nosso meio ambiente, zelando pela sustentabilidade do planeta.

Queremos, lutaremos e contribuiremos para um 10 de dezembro melhor em 2021?.

Queremos salvar vidas.

Brasília, dezembro de 2020.