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No Rio, Horto foi rota de fuga do bando de Rogério 157

No Rio, Horto foi rota de fuga do bando de Rogério 157 No Rio, Horto foi rota de fuga do bando de Rogério 157 No Rio, Horto foi rota de fuga do bando de Rogério 157 No Rio, Horto foi rota de fuga do bando de Rogério 157

Rio – Vinte homens armados de fuzis e com os rostos cobertos por panos saíram da mata no Horto, na zona sul do Rio, na madrugada do último sábado, 23. Foram denunciados pelo latido de cães e pelo alarido que faziam; pareciam cansados de uma longa caminhada. Eram integrantes do bando do traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. Fugiam do cerco que, cerca de doze horas antes, as Forças Armadas e a Polícia Militar iniciaram na Rocinha, na zona sul do Rio. Fora da mata, o percurso varia de 10 a 15 quilômetros, dependendo do caminho. Em meio às árvores, é mais difícil.

Segundo testemunhas relataram ao jornal O Estado de S. Paulo, eram 4h20 da manhã, quando os homens desceram ao local, uma pequena comunidade de casas pobres perto do fim da Rua Pacheco Leão. A mata próxima dá acesso às comunidades da Rocinha, Parque da Cidade e Vidigal. Descansaram por poucos minutos no largo que fica em frente às casas e repousaram no chão as armas que carregavam.

Aos moradores, acordados pelo barulho, pediram água e cigarros. Um dos criminosos pegou a bicicleta de um dos moradores e desceu até a Rua Jardim Botânico. Na via, abordou um taxista e mandou que retornasse ao Horto. O veículo subiu de volta. Alguns dos criminosos embarcaram no táxi, voltaram para a mata. O táxi, possivelmente, foi para a Rocinha.

Segundo relatos, policiais militares chegaram ao Horto duas horas depois da passagem do bando e entraram na mata em busca do grupo. Fizeram alguns disparos, mas não acharam ninguém. O incidente, porém, confirmou suspeitas de que o bairro, procurado nos fins de semana, sobretudo no verão, para passeios e banhos de cachoeira, foi rota de fuga de traficantes da Rocinha. Seu destino, possivelmente, foram favelas na região da Tijuca.

A Polícia Civil suspeita que Rogério 157 seria um dos criminosos que desceram no Horto e entraram no táxi sequestrado. A maioria dos integrantes do grupo estaria ali apenas para escoltá-lo. Os homens no táxi atacaram, de dentro do veículo, uma patrulha perto do acesso ao Túnel Zuzu Angel. Houve tiroteio, mas ninguém ficou ferido. Em seguida, o táxi se deparou com outro bloqueio perto da favela, mas os criminosos conseguiram fugir para dentro da comunidade.

Engenho

Na manhã desta segunda-feira, 25, a reportagem do Estado esteve no local, uma região silenciosa do Rio. O Solar da Imperatriz, que fica logo abaixo da comunidade, não abriu. O local, construído em 1750, tem sua origem associada ao mais antigo engenho de açúcar do Rio. Funciona como uma escola de pesquisas botânicas, ligada ao Jardim Botânico, segundo o site da instituição.

Segundo profissionais que trabalham na região, o fechamento do Solar foi medida de precaução. Seguranças não quiseram ficar na guarita da entrada, com medo de serem abordados por traficantes armados. A Polícia coletou as imagens das duas câmeras do museu que ficam voltadas para a rua.