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Chuva eleva volume do reservatório da bacia do Rio Paraíba do Sul

Redação Folha Vitória

Rio - Graças às últimas chuvas do mês e às medidas de redução das vazões, o volume do reservatório da bacia do Rio Paraíba do Sul saltou nesta terça, 26, de menos de 1% para um quarto de sua capacidade, na comparação com essa segunda, 25, com a mesma data do ano passado. Em 25 de janeiro de 2015, o reservatório, que inclui as represas de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil, operava com 0,69% de seu volume. Nessa terça estava com 25,60%.

Segundo o superintendente adjunto de Regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), Patrick Thadeu Thomas, apesar do crescimento, o volume da bacia do Paraíba ainda é muito reduzido quando comparado aos anos anteriores a 2015. Em janeiro de 2012, ele operava com 75%; em 2013, com 40%; em 2014, 55%. A partir daí a situação começou a complicar devido à estiagem.

"O período de novembro até abril é de chuvas na maior parte do país, principalmente na região Sudeste, que é a cabeceira das principais bacias, como a do São Francisco (MG) e a do Paraíba do Sul (SP/MG/RJ), que tiveram problemas ao longo dos últimos dois anos. Tivemos uma excelente recuperação na bacia do Paraíba do Sul, com vazões acima da média em 10%, em dezembro, e 16% em janeiro, o que é muito bom, já que em 2014 e 2015 estivemos abaixo dos mínimos observados em toda a história. O último mês marcou uma mudança de tendências nas vazões afluentes nos reservatórios, que aumentaram significativamente", disse.

Mesmo assim, de acordo com Thomas, o Sudeste não saiu da crise hídrica. "Estamos começando este ano de uma forma muito melhor do que em 2015. Mas temos que esperar até o fim do ano para ver se vamos sair da crise. Ainda teremos o período de seca, de maio a outubro, e precisaremos que os reservatórios se mantenham em condição confortável. Por isso, manteremos o nível de vazão reduzido, igual ao do ano passado, no pico da crise. Vai depender do comportamento das chuvas", afirmou.

Neste período do ano passado, o Estado do Rio viveu sua pior estiagem em 85 anos de registro histórico, quando o volume do sistema hidráulico do Paraíba do Sul quase zerou. O reservatório é a principal fonte de recursos hídricos do estado e de abastecimento de água potável para a região metropolitana, composta por 18 municípios e que concentra 75% da população fluminense.

Segundo a Secretaria Estadual do Ambiente, por causa das última semana de chuvas, entre 11 e 21 de janeiro, o reservatório passou de 19,37% de sua capacidade para 26,25%, acumulando quase 300 bilhões de litros de água - o suficiente para abastecer a região metropolitana por cerca de dois meses. Além das chuvas, o órgão creditou o aumento às medidas de contingência. "A redução da vazão do Paraíba de 190 mil litros por segundo para 110 mil litros resultou na economia de 1,8 trilhão de litros nos reservatórios, permitindo que a região metropolitana passasse pelo período mais crítico da estiagem sem risco de racionamento", divulgou a secretaria em nota.

Mesmo com o aumento no volume dos reservatórios, principalmente ao se comparar com ano passado, a secretaria ressaltou que o quadro ainda é de atenção. "Para atingir a normalidade, o somatório do volume de água armazenado nos reservatórios do Paraíba do Sul, ao fim do período chuvoso (30 de abril), deverá ser superior a 50%", diz a nota.

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