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Em 2014, PF e MP tentaram barrar crescimento do PCC em Roraima

Redação Folha Vitória

São Paulo - Em setembro de 2014, a Polícia Federal e o Ministério Público já haviam deflagrado a Operação Weak Link com o objetivo de desestruturar a ramificação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado de Roraima. À época, segundo os investigadores, o grupo criminoso dava os primeiros passos no Estado e tentava arregimentar novos integrantes. Cerca de dois anos depois, a facção paulista é apontada como responsável pela morte de 33 presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.

De acordo com as investigações da Weak Link, depois de recrutados sob o pretexto de suposta proteção por parte da organização criminosa, os presidiários eram obrigados a pagar uma quantia mensal que variava de R$ 400, para os integrantes em liberdade, e R$ 40, para aqueles que estavam na cadeia. Os valores eram pagos mensalmente e recebem o nome de "cebola". O não pagamento pode ocasionar, inclusive, a morte do membro da facção criminosa.

Outra obrigação imposta aos filiados e descoberta pela investigação era vender rifas (sorteios) periodicamente para levantar fundos para a organização. O trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público apontam que esses indivíduos eram explorados pelos líderes, sendo obrigados a cometer vários assaltos para financiar a estrutura do crime em outras regiões do País

O termo em inglês Weak Link quer dizer elo fraco. A operação foi batizada com esse nome porque representa a quebra da corrente do crime com o objetivo de evitar que outros criminosos entrem para a organização e sirvam de sustentação de sua estrutura, uma vez que os acusados não detêm poder de mando na organização e exercem o papel apenas de financiar as ações criminosas da facção em outras regiões.

Durante a operação cerca de 400 policiais, entre policiais federais, civis e militares, cumpriram 23 mandados em Boa Vista e no Estado do Paraná. Ao todo, 95 pessoas foram alvos da operação. Entre os presos estava um funcionário da Caixa Econômica Federal, que, segundo investigações, agia passando informações sobre clientes para que bandidos praticassem o crime conhecido como "saidinha de banco", e um advogado que se valia de sua prerrogativa para introduzir chips de celulares numa penitenciária do Estado, bem como efetuar recargas para os presos.

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