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Você conhece as correntes de retorno? Saiba porque a atenção deve ser redobrada no mar

Com o desconhecimento delas, a atenção deve ser redobrada, principalmente em relação às crianças e às pessoas que não se sentem tão seguras em nadar

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Brasil Mergulho

Aos banhistas, principalmente no verão, em que frequentam mais a praia, há um alerta valioso a ser feito e ele se trata das “correntes de retorno”. Com o desconhecimento delas, a atenção deve ser redobrada, principalmente em relação às crianças e às pessoas que não se sentem tão seguras em nadar.

Segundo o biólogo Daniel Motta, mestrando em Biologia Animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), estas correntes são formadas pelas ondas depois que elas arrebentam.

“Quando a água se acumula na beira da praia depois da quebra, retorna ao mar seguindo o caminho com menor resistência, formando um fluxo nessa direção. Fluxos esses que são chamados de correntes de retorno”, afirmou.

O Tenente Mendes, da diretoria de operações do Corpo de Bombeiros Militar, também detalhou o que são estas correntes. Segundo ele, elas são naturais em praias oceânicas e formam valas onde as águas que chegam às margens se acumulam e voltam para o interior. São perpendiculares, levando o banhista para o fundo, não para a lateral.

“É muito difícil vencê-las. É preciso nadar na lateral. Primeiro deve-se tentar se manter calmo e manter os pulmões cheios de ar. De forma alguma deve-se nadar contra a correnteza. E uma dica imprescindível é que o banhista faça o sinal de levantar os braços e acenar, assim os guardas-vidas vão entender que se trata de uma emergência”, destacou.

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Como evitar este tipo de corrente

Para identificar e evitá-las, o biólogo afirmou que é importante levar alguns aspectos em consideração:

• Saber em que local está ocorrendo a junção de água a partir de duas ondas de sentidos opostos;
• Observar se a área está com a cor diferente das águas ao redor, devido à suspensão da areia do fundo, causada pelo retorno da água;
• Perceber que o lugar apresenta menor frequência de ondas quebrando, devido ao aumento da profundidade e da corrente no local.
• Faixas de areias com formato de meia lua (cúspide) normalmente demonstram que há correntes de retorno no local.

Já para escapar de uma corrente assim, o biólogo sugere que primeiro seja mantida a calma. “Segundo, nunca, jamais nade contra a corrente, e sim nade em paralelo à praia para fugir da força da corrente. Depois que sair dela, você pode nadar em direção à areia. Banhe-se sempre com a água na altura da cintura e procure ficar perto dos guarda-vidas”, destacou.

Atenção

À reportagem do Folha Vitória, o Tenente Mendes também ressaltou que, para quem não sabe nadar, vale a máxima: “água no umbigo é sinal de perigo”. Segundo ele, se a água passa da altura do umbigo, o banhista perde a estabilidade e, se cair em um buraco, fica sem ter onde se segurar.

Para prevenir intercorrências e incidentes de afogamento, a autoridade dos bombeiros recomenda que se evite consumir bebida alcoólica antes de se dirigir ao ambiente aquático. Outra dica é dar preferência às praias com guarda-vidas.

“Chegando lá, deve-se procurar o posto onde fica o guarda-vidas e se informar. Por exemplo, avise que está com crianças e pergunte se está seguro entrar no mar. Este servidor dirá se o mar está tranquilo ou não naquele dia. É imprescindível respeitar as orientações dele”, disse.

Mendes acrescentou ainda que afogamento não é um acidente, mas sim um “incidente”, já que é um evento previsível e passível de prevenção. “A prevenção é a melhor forma de evitar o afogamento. Prevenir é salvar! Mais de 90% das mortes ocorrem porque os riscos foram ignorados, ou não foram respeitados limites pessoais ou, ainda, porque não se sabia como agir”, finalizou.

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Confira mais dicas:

1. Prefira praias que sejam protegidas pelo serviço de Guarda Vidas, consulte-o sobre as condições de segurança para o banho no local;
2. Se consumir bebidas alcoólicas não nade;
3. Não exceda suas capacidades físicas e habilidades de natação se afastando da margem ou tentando travessias;
4. Se não souber nadar lembre-se: "água no umbigo sinal de perigo!"
5. Crianças necessitam de supervisão direta de um adulto - a distância segura é de um braço de afastamento para que haja uma pronta resposta;
6. Evite boias infláveis, ela podem esvaziar ou furar, dê preferência a coletes flutuadores rígidos;
7. Use sempre coletes salva vidas se estiver embarcado, mesmo em pequenas embarcações como canoas ou caiaques;
8. Muita atenção em cascatas e cachoeiras, as rochas são altamente escorregadias facilitando quedas, eventuais traumas e também afogamentos;
9. Se precisar ajudar alguém que esteja se afogando, não faça contato corpo a corpo, lance objetos flutuantes como cordas, galhos, bolas, garrafa pet vazia e fechada, pranchas, etc. Além de tudo, ligue para o 193.
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