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Obama diz que prisão de Guantánamo ameaça a segurança dos EUA e deve ser fechada

Redação Folha Vitória

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs nesta terça-feira "de uma vez por todas" o fechamento da prisão localizada na Baía de Guantánamo, em Cuba, e a transferência dos detentos restantes para o território norte-americano. Segundo Obama, apesar dos entraves políticos significativos e da oposição do Congresso, ele fará um último esforço para acabar com o controverso centro prisional.

"Eu não quero passar o problema para o próximo presidente, seja quem for. Nós vamos deixar isso se arrastar por mais 15 anos?", questionou Obama durante discurso na Casa Branca. Segundo ele, manter a prisão aberta é algo contrário aos valores dos EUA e mina a segurança do país no mundo. Obama apresentou a prisão em Guantánamo como uma "mancha", em um histórico mais amplo de manter os padrões mais exigentes do império da lei no país. Obama afirmou que o ex-presidente George W. Bush concorda com o fechamento, bem como o senador republicano John McCain.

O plano, enviado ao Congresso, usa também o argumento financeiro para fechar a prisão. Autoridades dos EUA dizem que o custo de até US$ 475 milhões para construir o local que abrigará os detentos restantes será logo compensado, com economias de até US$ 180 milhões por ano com relação à prisão no território cubano. De acordo com Obama, ao longo de 20 anos, o fechamento da prisão significaria uma economia de US$ 1,7 bilhão.

O fechamento de Guantánamo foi promessa de campanha de Obama em 2008. Os congressistas já aprovaram, porém, legislação para proibir qualquer esforço para transferir detentos do local para os EUA. O plano do governo considera, sem nomear, 13 diferentes localidades nos EUA que poderiam receber os detentos.

Membros do Congresso vêm exigindo há meses um plano para fechar Guantánamo, porém representantes de Carolina do Sul, Kansas e Colorado já se opuseram a receber detentos em seus Estados. A Casa Branca não descarta que Obama lance mão de uma ordem executiva para acabar com a prisão, caso não seja fechado um acordo com o Legislativo. Há atualmente 91 detentos em Guantánamo. Desse grupo, 35 devem ser transferidos para outros países, conforme acordos já aprovados. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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