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Líder Supremo do Irã critica Trump e diz que ele mostra "face real dos EUA"

Redação Folha Vitória

Teerã - O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, lançou nesta terça-feira a crítica mais dura feita por ele ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na avaliação de Khamenei, Trump expôs os EUA à "corrupção política, econômica, ética e social". "Nós somos gratos a este cavalheiro que chegou, gratos porque é fácil para nós mostrar a face real dos EUA", afirmou Khamenei, referindo-se ao empresário republicano.

A crítica é feita em um momento de piora nas tensões entre o Irã e o novo governo americano, após Washington impor novas sanções contra dezenas de entidades ligadas ao país persa na sexta-feira. O Tesouro dos EUA disse que as sanções eram uma resposta ao teste recente de um míssil balístico e ao "contínuo apoio ao terrorismo" do Irã.

Em seu site oficial, Khamenei afirmou que o novo presidente dos EUA deseja que as pessoas tenham medo dele, mas que os iranianos não cedem a ameaças.

Em sua campanha eleitoral no ano passado, Trump prometeu que buscaria revisar o acordo nuclear de 2015 entre o Irã, os EUA e outras cinco potências, se eleito. Isso levou Khamenei a advertir que pretendia atear fogo ao acordo, se Trump buscasse alterá-lo.

Logo após a vitória eleitoral de Trump em novembro, o líder supremo foi mais contido e disse que não há diferença em quem os americanos escolhem para presidente, já que o Irã estava pronto para responder a qualquer provocação dos EUA.

O Irã era um dos sete países de maioria muçulmana que foram alvo de um veto a viagens para os EUA de seus cidadãos imposto pelo governo Trump. Essa decisão acabou suspensa por um juiz federal na semana passada. O líder supremo, que tem a palavra final em todas as questões de Estado no Irã, mencionou uma bastante veiculada história de um menino de 5 anos que demorou para encontrar a mãe graças a checagens de segurança feitas no aeroporto internacional de Washington quando o veto ainda estava em vigor. O incidente, segundo o líder, mostra "realidades de direitos humanos" nos EUA. O garoto seria um cidadão americano com mãe iraniana.

Khamenei também se referiu a um comentário no Twitter de Trump segundo o qual os iranianos "não apreciam quão 'bondoso' o presidente [Barack] Obama foi para eles". "Por que deveríamos agradecer ao governo anterior dos EUA?", questionou Khamenei. O líder supremo iraniano citou o envolvimento militar americano no Iraque e na Síria e a pressão por sanções antes do acordo nuclear como exemplos da hostilidade dos EUA enquanto Barack Obama era presidente. "Estes são todos exemplos da luva de veludo com que o governo anterior havia encoberto suas garras de ferro", afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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