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"Depois do não, tudo é assédio": campanha visa conscientizar público durante o Carnaval

A ideia é distribuir para os alunos os leques com orientações sobre até onde vai o limite da paquera e como denunciar em caso de abuso

Foto: Divulgação

A campanha "Carnaval Sem Assédio - Não é Não", realizada pela Prefeitura de Vitória, será divulgada também em bloco LGBT e entre universitários. A intenção é tentar reduzir a violência contra a mulher durante as festividades do Carnaval através da conscientização.

Nesta quinta-feira (28), funcionários da Multivix foram à Casa do Cidadão, em Itararé, para retirar o material da campanha. A ideia é distribuir para os alunos os leques com orientações sobre até onde vai o limite da paquera e como denunciar em caso de abuso.

Segundo Rafael dos Santos Pereira, assistente de Marketing da instituição, serão entregues 1,5 mil materiais entre os estudantes dos 14 cursos oferecidos pela faculdade. "Nós queríamos fazer uma ação com os alunos voltada para a conscientização e vimos nessa campanha uma oportunidade para sensibilizá-los contra o assédio, principalmente no Carnaval."

Redes sociais

Durante todos os dias de folia, a campanha "Carnaval Sem Assédio" também será divulgada nas redes sociais da Prefeitura de Vitória e por mensagens instantâneas. A ideia é fazer com que um maior número de pessoas compartilhe essa iniciativa.

Serão publicadas frases como:

"Depois do Não tudo é assédio"
"Fantasia não é convite"
"Sexo sem consentimento é estupro"
"O corpo dela não é sua fantasia"
"Ela não te quis? Aceita que dói menos."

Segundo o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Bruno Toledo, com quase 4,5 mil mulheres assassinadas por ano, torna-se cada vez mais necessário falar sobre respeito à mulher e aos seus direitos.

"Nossa campanha tem por objetivo conscientizar o conjunto da população quanto à necessidade de respeitar a integridade e a vontade das mulheres. Qualquer atitude de natureza afetiva ou mesmo sexual precisa do consentimento da mulher, caso contrário é crime e deve ser denunciado", reforçou.

Denúncia

A coordenadora de Políticas para a Mulher da Semcid, Mariana Bernardes, explicou que, em casos de assédio, a mulher pode pedir ajuda policial e fazer o registro na Delegacia de Plantão da Mulher.

Ela destacou ainda que a Semcid disponibiliza o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv). "Se durante a folia ou em qualquer outro momento a mulher sofreu algum tipo de violência, ela pode nos procurar que nós oferecemos um serviço psicossocial para que ela consiga superar esse trauma", orientou Mariana, reforçando que o Cramsv vai retomar os atendimentos normalmente após o Carnaval, na quinta-feira (7).

Na avenida

A campanha também foi reforçada nos desfiles das escolas de samba do Carnaval de Vitória, no Sambão do Povo. A equipe distribuiu leques em alusão à campanha e panfletos com informações sobre a rede de enfrentamento à violência contra a mulher em Vitória.