Geral

Quatro cidades da Grande Vitória acumulam quase 300 áreas de risco

Somente no município de Vitória são 67 pontos de risco alto ou muito alto para esse tipo de ocorrência. No estado de São Paulo, tragédia supera 45 mortos

Redação Folha Vitória

Foto: TV Vitória

Juntas, as cidades de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica possuem mais de 280 áreas de risco de deslizamento de terra. Somente na Capital, são 67 pontos de risco alto ou muito alto para esse tipo de ocorrência.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

A confeiteira Maria Penha Guedes mora em uma dessas áreas. Moradora do bairro Vila Prudêncio, em Cariacica, ela conta que levou 25 anos para construir a casa que hoje está vazia e tomada pela poeira. 

>> Vitória tem mais de 500 imóveis em áreas de risco

>> Governo Lula diz que há 14 mil pontos de risco de deslizamento no País

Isso porque em dezembro do ano passado, durante as fortes chuvas, o barranco que fica atrás da casa dela cedeu e derrubou parte do muro. A casa está interditada e agora a confeiteira mora de aluguel.

"Tivemos que sair às pressas porque no final do ano passado aconteceu esse deslizamento. Aí caiu muita árvore, o muro caiu e eu e minha irmã tivemos que sair", contou a moradora.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Impacto das chuvas em São Paulo

Chuvas em São Paulo

No último fim de semana, cidades do litoral Norte de São Paulo foram fortemente atingidas por um forte temporal. São Sebastião foi a cidade mais afetada. Várias casas foram soterradas pela lama, mais de 45 mortes foram confirmadas e dezenas de pessoas continuam desaparecidas.

>> Litoral norte de SP tem alerta de novos temporais até o fim da semana

Na segunda-feira (20), a Justiça paulista concedeu uma liminar que autoriza o Estado a remover moradores que não querem deixar as áreas de risco do litoral Norte.

O problema não é novo. Cidades como Petrópolis e Angra dos Reis, localizadas no estado do Rio de Janeiro, também já sofreram as consequências de temporais nos últimos anos, que causaram deslizamentos e um rastro de destruição e morte em áreas de risco.

Condição financeira impacta saída das famílias

Para a liderança da Central Única das Favelas (Cufa) de Jesus de Nazareth, em Vitória, Hellen Tiburcio, as famílias ocupam essas áreas por conta das condições financeiras limitadas.

"Ou elas assumem o contrato de aluguel ou compram comida. Elas não conseguem fazer as duas coisas. É por isso que esses moradores se submetem a estar nesse local de risco", explicou.
Foto: TV Vitória
A casa da Maria Penha ficou comprometida em dezembro após um deslizamento no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica

Em dezembro, a TV Vitória/Record TV mostrou como ficou a casa de Maria após as chuvas. Ela sabe que a área é de risco, mas diz não ter condições de comprar um imóvel em outro bairro.

"Quando eu comprei, os lotes eram mais baratos, agora os terrenos ficaram mais caros e é difícil você financiar, então eu ganhando o salário que ganho hoje eu não consigo comprar um lote ou construir uma casa", afirmou a confeiteira.
TV Vitória
TV Vitória
TV Vitória

A equipe de jornalismo da TV Vitória procurou as prefeituras para saber o que tem sido feito pelo poder público. Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha informaram que monitoram as áreas de risco e realizam obras de contenção de encostas.

LEIA TAMBÉM: Governo Lula diz que há 14 mil pontos de risco de deslizamento no País

Dessas cidades, Vitória destacou que possui programa habitacional e que nos últimos dois anos, mais de 130 casas foram entregues.

Sobre a situação de Maria Penha, a Prefeitura de Cariacica informou que está na fase de captação de recursos para a instalação de geomanta em Vila Prudêncio.

Já o governo federal informou que 77 municípios capixabas são monitorados pelo serviço geológico.

* Com informações da repórter Patricia Scalzer, da TV Vitória/Record TV

Pontos moeda