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Líder rebelde curdo reitera apelo para acabar com luta armada na Turquia

Redação Folha Vitória

Diarbaquir (Turquia) - O líder rebelde curdo Abdullah Ocalan pediu neste sábado a seus seguidores para acabar com três décadas de luta armada na Turquia, reiterando seu apelo de fevereiro, em um movimento que ficou aquém das expectativas, tanto do governo quando de seus apoiadores.

Em mensagem para o Noruz, o ano novo curdo, Ocalan, que está preso, disse que seu Partido dos Trabalhadores Curdos, conhecido como PKK, deveria convocar uma reunião "histórica" para acabar com sua campanha militar, mas não apelou para o desarmamento de seu grupo.

Autoridades turcas dizem que 40 mil pessoas foram mortas em um conflito que já custou US$ 1 bilhão à economia do país desde 1984, quando o PKK, que é considerado uma organização terrorista pela Turquia, a União Europeia e os EUA, se armou contra o Estado.

"A dolorosa luta do nosso movimento não foi em vão, mas alcançou um estágio em que não pode continuar como está", disse Ocalan, exortando os seguidores a assumir uma campanha política.

Autoridades governamentais turcas continuaram a exigir o desarmamento do PKK neste sábado, enquanto Ocalan reiterou que o fim da luta armada dependia de reformas democráticas. Líderes turcos também pediram o fim dos conflitos, embora tenham evitado tratar diretamente das exigências do PKK para baixarem as armas.

"Vamos enterrar para sempre a hostilidade, a cultura do ódio, a violência, as armas", disse o primeiro ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, em um comício em Istambul que marcou o Noruz, acrescentando que as negociações de paz tinha entrado em uma fase crítica.

Centenas de milhares de curdos se reuniram na província de Diarbaquir, no sudeste da Turquia, para ouvir a mensagem de Ocalan, que foi lida por políticos curdos e transmitida ao vivo em todo o país. As celebrações do Noruz também marcam o segundo aniversário do pedido de cessar-fogo de Ocalan, que iniciou negociações com o governo num esforço para atingir uma paz duradoura.

No entanto, mais de dois anos após o início das negociações, as conversações produziram poucos resultados tangíveis, levando frustração a 15 milhões de curdos da Turquia, que representam cerca de 20% da população do país. Fonte: Dow Jones Newswires

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