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Chipre pode travar acordo entre UE e Turquia sobre imigração

Redação Folha Vitória

Nicósia - O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, advertiu nesta terça-feira que não levantará seu veto às negociações para a Turquia entrar na União Europeia. A novidade é mais uma complicação nos esforços europeus para fechar um acordo com Ancara apontado como crucial para encerrar a crise de imigrantes e refugiados.

A Turquia concordou com as diretrizes de um acordo para pegar de volta imigrantes que cheguem à Grécia, em troca de várias concessões da UE, entre elas que avance o pedido do país para entrar no bloco. Mas há questões políticas e legais que ameaçam a iniciativa.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse durante uma visita ao Chipre, que é membro da UE, que o acordo ainda precisa ser alcançado, durante um encontro de líderes na quinta-feira e na sexta-feira. "Mas nós ainda não chegamos lá", disse Tusk ao lado do presidente cipriota.

A Turquia quer abertura em várias áreas políticas nas negociações para sua entrada na UE. Anastasiades afirma, porém, que o Chipre continuará a bloquear a abertura desse processo até que Ancara reconheça o Chipre como um país soberano.

Os dois países têm um longo conflito, atualmente congelado, após a Turquia invadir o norte do Chipre, em 1974, e nove anos depois reconhecer a independência daquela parte da ilha. Segundo o presidente cipriota, a responsabilidade pela crise imigratória não pode ser colocada sobre os ombros de seu país. Anastasiades afirmou que o diálogo sobre a reunificação do Chipre está em uma "fase crucial", mas insistiu que seu país não busca um confronto com a Turquia.

Tusk disse que as regras para ser membro da UE não mudaram e que é preciso o aval de todos os 28 membros do bloco. Ele seguirá para Ancara mais tarde, para conversas com o primeiro-ministro turco antes do encontro de cúpula.

A autoridade da UE disse que é preciso resolver questões legais antes de um acordo da Turquia. Além disso, será preciso fechar como será autorizado que os imigrantes e refugiados que cheguem ilegalmente à Grécia sejam retornados para a Turquia. Fonte: Dow Jones Newswires.

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