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França tem dia de protestos contra reforma trabalhista e greve de trens

Redação Folha Vitória

Paris - Milhares de pessoas foram às ruas em toda a França nesta quarta-feira para protestarem contra o impopular projeto de reforma trabalhista do presidente François Hollande, que dividiu inclusive o governo socialista em um país acostumado à segurança do emprego. As manifestações coincidiram ainda com uma greve ferroviária exigindo aumentos salariais, o que afetou o transporte em todo o país.

Trabalhadores, desempregados e jovens juntaram forças com as organizações estudantis e sindicatos em mais de 200 cidades em toda a França para tentar derrubar o projeto de lei. Entre as medidas polêmicas, está a maior flexibilidade às empresas para contratar e demitir os trabalhadores, limitar o valor das indenizações em caso de demissão abusiva e alterar a carga horária semanal. Hollande está sendo acusado por membros de seu partido de ser muito favorável às empresas e de ter dado uma guinada à direita.

A polícia de Paris disse que cerca de 30 mil pessoas protestaram nas ruas da capital. Já os sindicatos estimaram entre 80 mil e 100 mil pessoas que saíram de suas casas e foram às ruas no dia frio e chuvoso.

A reforma trabalhista quer alterar a carga horária semanal, atualmente em 35 horas e aprovada em 2000 pelos socialistas para reduzir os 10% da taxa de desemprego. A proposta mantém tecnicamente a semana de trabalho de 35 horas, mas permite que as empresas organizem horários alternativos de trabalho sem seguir toda a indústria, podendo chegar a uma semana de trabalho de 48 horas e 12 horas por dia. Em "excepcional circunstâncias", os funcionários poderiam trabalhar até 60 horas por semana.

Com isso, para as empresas prosperarem, a lei permitiria que os funcionários trabalhassem mais de 35 horas sem ser pagas as horas extras. Em troca, eles teriam mais dias de folga adiante.

Com as eleições presidenciais marcadas para o ano que vem, a popularidade de Hollande, que pode se candidatar a um segundo mandato, caiu para o nível mais baixo historicamente, a 15%. Fonte: Associated Press.

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