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'Estão prestando um desserviço', diz Claudia Costin sobre crise no MEC

Redação Folha Vitória

Claudia Costin, diretora do Centro de Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), falou ao jornal O Estado de S. Paulo sobre a crise no Ministério da Educação, que fez 15 desonerações de profissionais, tomou medidas polêmicas e teve seis recuos em pouco mais de 3 meses na nova gestão.

Como a senhora analisa a atual situação do MEC?

Estão prestando um desserviço ao dispersar forças com esses conflitos, idas e voltas, demissões. O Brasil tem uma urgência em melhorar a qualidade da educação. Eu imaginava que o MEC estaria envolvido, dentro da visão deles, em como urgentemente investir nessa melhoria, mas não é o que estamos vendo.

Quais deveriam ser as prioridades do MEC?

Uma é implementar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com formação de professores, materiais apropriados. É preciso também rever a forma como o ensino superior prepara os professores. Além de não haver atratividade para a carreira, ela é muito desvinculada da prática. Mas nada disso está andando no ritmo que deveria. Por fim, é papel do governo federal assegurar avaliações para saber se estamos avançando.

É possível ver efeitos nas redes e nas escolas?

A vida continua nas redes, mas no mesmo patamar. Nós já batemos em um teto do que dá para fazer. Enquanto o MEC não fizer o papel dele em relação à BNCC, que precisa ser traduzida em currículos estatuais e municipais, e à formação de professor, estaremos avançando a passos muito lentos. Mesmo que defina agora políticas corretas, ainda vai levar tempo para implementá-las. O Brasil precisa pisar no acelerador e fazer ajustes estruturais. Se houver uma equipe técnica sólida, o ministério pode conseguir avançar, mas os sinais não vão nessa direção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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