Alegando dificuldades, Tiro de Guerra pode sair de Cachoeiro
A instituição alega que o Executivo não está cumprindo o convênio firmado, e após o pedido feito há décadas, também não reformou a unidade, que foi atingida pela enchente de janeiro
O comandante do Tiro de Guerra 01-012 de Cachoeiro de Itapemirim, sargento Rodrigo Alécio da Silva Moura, e o instrutor da unidade, sargento Lourencini Palaoro, estiveram na sessão da Câmara de Vereadores do município na última terça-feira (19), para pedir que a Prefeitura cumpra o convênio firmado com a instituição. Se não for cumprido, o Tiro de Guerra corre o risco de ir para outra cidade.
Segundo o sargento Alécio, a instituição passa por dificuldades, por não receber suporte da Prefeitura. “Queremos cumprir a nossa missão de servir formando cidadãos, mas se acharem que nossa presença não é mais necessária, nos oficiem que vamos servir a nossa pátria em outro município”, afirma.
Ele esclarece ainda que existe um convênio com o Poder Executivo para a cessão de servidores, material de expediente, mobiliário e refeições, entre outros itens, o que não está sendo cumprido, e além disso, a instituição tem pedido reforma há décadas, necessidade que se agravou com a enchente do dia 25 de janeiro, já que a água atingiu 1,60 m de altura nas instalações do TG.
O sargento conta que vários ofícios foram enviados para a Prefeitura solicitando providências e nenhum obteve resposta, o que obriga a instituição a buscar parcerias temporárias na iniciativa privada, inclusive para o fornecimento de marmitas para os jovens atiradores. “O TG só está aqui porque houve interesse do município, que pode interromper o convênio quando quiser. Mas, se isso ocorrer, dificilmente voltaremos para Cachoeiro porque existem muitos municípios na fila solicitando essa parceria”, analisa o comandante.
O Tiro de Guerra está instalado em Cachoeiro há 111 anos. “Nossa presença em solo cachoeirense tem rendido bons frutos e os nossos atiradores fazem um trabalho relevante em benefício da sociedade, estando presente em todos os fatos comunitários e sociais. Somos os maiores doadores dos bancos de sangue cachoeirense”, completa.
Convênio
Por meio de nota, a Prefeitura de Cachoeiro informa que, de acordo com o convênio firmado com o Tiro de Guerra, mantém à disposição dois servidores no local, sendo um para a área administrativa e outro para o serviço de limpeza, de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h.
Também mantém em dia as contas de telefone, internet, água, luz e o aluguel do comandante do Tiro de Guerra. Materiais de expediente são fornecidos a partir do estoque disponível na Prefeitura. Além disso, também fornece transporte e refeição para os atiradores quando participam de eventos.
Com relação às obras, a Prefeitura informa que já havia serviços de melhoria no prédio antes da enchente, e que há 20 dias, as secretarias de Obras e de Serviços Urbanos retornaram ao local para reparos na rede elétrica e parte do prédio.
Para finalizar, a Prefeitura reforça a parceria e informa que não há interesse de encerrar o convênio com o Tiro de Guerra, e ressalta que mantém contato com a instituição militar por meio do gabinete do prefeito.