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Grande Vitória tem 96 pacientes à espera de leito em hospital para tratamento contra covid-19

Sistema público hospitalar começa a sentir efeitos da alta ocupação de leitos, não podendo atender com rapidez aos pedidos de transferência das prefeituras

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Prefeitura de Vitória/ Elizabeth Nader

Com uma taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para covid-19 em 94,13% e de enfermaria chegando aos 82,22%, o sistema público estadual de saúde começa a ter uma rotina de alta pressão. 

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O resultado é uma demanda frequente por pacientes internados em UPAs e PAs das redes municipais, tendo que lidar com demora na transferência dessas pessoas para tratamento intensivo, só disponível na rede do Estado. Pelos números fornecidos pelas secretarias municipais na Grande Vitória, Vitória (com 27), Serra (35), Cariacica (5) e Vila Velha (29), somam 96 pacientes à espera de uma vaga em um leito em hospitais públicos. A reportagem somou o quantitativo de pessoas com covid, seja para leitos de UTI ou para os de enfermaria.

Na noite desta terça-feira (30), em Vitória, segundo a Secretaria Municipal de Saúde da capital, no Pronto Atendimento (PA) de São Pedro havia 18 pacientes aguardando transferência para um leito hospitalar. Deste total, nove são de covid, sendo três para leito de UTI. No PA da Praia do Suá, há 24 pacientes aguardando transferência. Deste total, 18 são por covid, sendo quatro para leito de UTI. A secretaria ressaltou que, quando há necessidade de transferência de pacientes para hospital, é feito o cadastro na Central de Regulação do Estado. Por isso, o tempo de transferência para leito tem variação. Há pacientes aguardando transferência há dois dias.

Na Serra, dos pacientes internados nas UPAs e PAs da cidade, a Secretaria de Saúde informou que 58 deles aguardam transferência para leitos hospitalares, sendo que 35 esperando por uma vaga em leitos de UTI para covid. 

Em Vila Velha, são 29 pessoas no Pronto Atendimento da Glória aguardando por uma vaga na rede hospitalar. A unidade conta com três leitos para covid.

J´á Cariacica informou que 42 pacientes estão internados em isolamento respiratório no Pronto Atendimento em Alto Lage. Outros cinco com quadro gripal e outros cinco no setor de emergência, aguardando vaga de leitos de UTI. O tempo médio de espera pode ultrapassar um dia.

Resposta da Secretaria de Estado da Saúde

No início da noite desta terça-feira, havia 1553 pacientes internados em leitos de UTI e de enfermaria para covid em todo o Espírito Santo. 

Por meio de nota, a Secretaria da Saúde (Sesa) informou que, nesta terça-feira (30), na Central de Regulação de Vagas, em todo o Estado, há 103 pacientes aguardando disponibilidade de leitos de enfermaria, sendo 7 há mais de 48 horas, 42 entre 24-48h, e 54 em menos de 24 horas. Em relação a UTI/Covid, a Sesa registrou 10 pacientes no aguardo de vagas.

A secretaria reforçou ainda que até às 19h desta terça, o Samu realizou um total de 87 atendimentos com internações hospitalares e ainda apresenta 72 pedidos em atendimento para pacientes graves suspeitos de covid, que podem ser levados para UPA’s, PA’s ou hospitais.

Diferença de números

A reportagem questionou a Sesa em relação à diferença com os números informados pelas prefeituras. O secretário Nésio Fernandes gravou um vídeo onde explica como funciona a regulação de leitos para acesso do paciente. "Da totalidade de pacientes que você tem numa UPA, não são todos os que são considerados aguardando um leito porque eles podem estar se encontrando nas diferentes etapas do processo regulatório", apontou. 

Essa etapa inclui a análise de um profissional médico regulador, que pode requisitar mais informações sobre o paciente ao longo do dia, levando mais tempo para confirmar a transferência e a resposta do hospital desejado para aquele caso específico.

"O que nós estamos informando a população é o indicador do paciente que aguarda disponibilidade da primeira etapa, que é aquela que não conseguiu ainda definir um hospital para que esse paciente seja internado", reforça.

Assim, enquanto as prefeituras consideram na contagem os seus pedidos de vagas para a rede hospitalar, a Sesa contabiliza apenas os pacientes cujo hospital de destino ainda não foi definido. 

Confira o vídeo na íntegra:







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