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Motoristas de Guarapari fazem paralisação e moradores ficam sem ônibus nesta segunda-feira

Apenas 30% dos coletivos estão circulando nas ruas do município, o que não atende a toda população

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Prefeitura de Guarapari

Os moradores de Guarapari que precisam do transporte público enfrentam dificuldades nesta segunda-feira (14). Parte da frota dos ônibus da empresa Expresso Lorenzutti não está circulando desde o início da manhã. 

Os funcionários fazem uma paralisação. Eles alegam que alguns colegas estão com os salários atrasados. Apenas 30% dos coletivos estão rodando nas ruas nesta segunda.

A empresa disse, em nota, que enfrenta uma "grave crise financeira", que teria sido provocada pela defasagem tarifária imposta pelo município. A empresa afirmou ainda que não recebe auxílio ou subsídio da prefeitura, agravando a situação financeira. (Veja a nota na íntegra abaixo).

A prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Postura e Trânsito (Septran), informou que no contrato da concessionária com o município não está previsto ajuda de subsídio para a operação do serviço. 

O município disse ainda que já emitiu 54 multas para a empresa, por ela realizar os horários divergentes dos autorizados pelo município. Quanto às vans clandestinas, o serviço de fiscalização será intensificado.

Trabalhadores cantaram parabéns para salários atrasados

Essa não é a primeira vez que os funcionários da empresa reclamam de problemas no pagamento. Em junho do ano passado, os motoristas e cobradores fizeram um protesto e cantaram parabéns para os salários atrasados. Segundo os trabalhadores, o vale-alimentação e o FGTS também estavam atrasados.

Na ocasião, a empresa afirmou que vinha buscando solucionar a regularização dos salários e explicou que apenas o vale-alimentação referente ao mês de maio estaria em atraso. A empresa ressaltou ainda que os débitos de FGTS foram parcelados junto ao órgão competente.

Leia a nota da empresa na íntegra

"A Expresso Lorenzutti vem, através da presente, esclarecer que:

Desde o início da execução do serviço de transporte público de passageiros, a empresa vem sendo submetida a uma grave crise financeira, diante da histórica defasagem tarifária que lhe é imposta pelo município de Guarapari, ao fixar a tarifa de passagem incapaz de cobrir os custos do sistema.

Essa situação é agravada pelo fato de que o município de Guarapari NÃO FORNECE QUALQUER AUXÍLIO OU SUBSÍDIO À CONCESSIONÁRIA, seja em razão das gratuidades ou por passageiros transportados, tal qual ocorre normalmente em diversos outros sistemas de transporte atuantes na Grande Vitória.

A título de exemplificação, no Sistema Transcol o passageiro paga na roleta o valor de R$4,20, entretanto o Governo do Estado paga as empresas um subsídio R$ 1,39 por cada passageiro transportado, assim a passagem por passageiro é de R$5,59. Além disto, TODAS AS GRATUIDADES SÃO CUSTEADAS pelo Governo do Estado, o que não ocorre no município de Guarapari e desde março/2020 (inicio da Pandemia) as empresas tiveram seus custos com DIESEL pagos pelo Governo do Estado, bem como foi autorizada a extinção dos cargos de cobradores, possibilitando que as empresas equalizassem seus custos, fato este que não ocorreu em Guarapari.

Outro fato, que vem agravando o desequilíbrio financeiro da concessionária, se dá graças a LIVRE ATUAÇÃO DO TRANSPORTE CLANDESTINO DE PASSAGEIROS NESTE MUNICÍPIO, que não cumpre as obrigações legais e não transportam as gratuidades e estudantes, apenas passageiros pagantes e em horários de “pico”.

Apesar disso, a empresa vem, desde o início, adotando as medidas necessárias para manter a prestação adequada do serviço de transporte público, pois essencial para milhares de munícipes.

A recente alteração de tarifa determinado pelo Poder Executivo Municipal se deu apenas em cumprimento da legislação municipal que prevê a necessidade de reajuste anual da tarifa do transporte público, todavia, ainda assim, foi fixada em valor insuficiente para cobrir com os custos operacionais do sistema, que continuam sendo arcados exclusivamente pela concessionária, quando, na verdade, deveriam ser subsidiados pelo poder concedente".

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