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Clínica em SP sem vacina contra gripe H1N1 também tem fila

Redação Folha Vitória

São Paulo - Grávida de oito meses, a hoteleira Maria Juliana Ferreira, de 35 anos, enfrentou na segunda-feira, 4, duas horas de fila em pé, e 40 minutos sob o sol, para conseguir tomar uma dose da vacina contra o vírus H1N1, em uma clínica particular em Moema, zona sul de São Paulo. Ela disse que estava tranquila e não queria ficar alarmada com medo de contrair a gripe, mas, ao ver conhecidos contaminados, decidiu se prevenir.

"Não quero entrar em pânico, porque com a gravidez a gente já tem várias preocupações, mas decidi que era melhor tomar a vacina agora, e não ter mais de me preocupar com isso", afirmou Maria Juliana.

O número de mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegou a 55, até o dia 29 de março, cinco vezes mais do que o registrado em todo o ano passado (10 casos). A estatística fez com que muitas clínicas na capital e na Grande São Paulo tivessem alta na procura por vacina. Na clínica em Moema, onde esteve Maria Juliana, a fila começa às 5 horas e são distribuídas senhas para imunizar 500 pacientes por dia.

"Cheguei à clínica às 6 horas no sábado e as senhas já tinham acabado. Por isso, hoje cheguei às 5h20 para garantir a vacina para mim, meus patrões e a babá que também trabalha para eles", contou a faxineira Eliane Ferreira da Silva, de 41 anos, que guardava o lugar na fila para os patrões.

Eliane contou que o casal pagou a vacina de R$ 120 para ela e a babá. "A gente cuida do filho deles, que é bebezinho, por isso eles estavam preocupados para que nós também fôssemos vacinadas", disse Eliane. Ela afirmou que a patroa também pediu para que elas lavem as mãos com mais frequência, usem álcool em gel ao chegar ao trabalho e evitem ter contato com parentes gripados.

Nervosos

A médica Milena Rizzon, sócia da clínica, disse que há cerca de dez dias os pacientes têm formado filas logo cedo. Como são idosos, grávidas e crianças pequenas, não tem sido possível fazer o atendimento preferencial. "Como 70% a 80% das pessoas que vêm tomar a vacina têm direito ao atendimento preferencial, se fizermos uma fila só para elas, o atendimento vai demorar ainda mais. Fizemos alguns testes, e até uma consulta jurídica, e vimos que é melhor não ter atendimento preferencial."

Milena disse que na semana passada os pacientes estavam tão nervosos por não achar a vacina em outras clínicas que houve confusão e até chamaram a polícia. A clínica contratou seguranças particulares para evitar discussões.

Em uma clínica em Perdizes, na zona oeste da capital, mesmo após o fim das doses, cerca de 30 pessoas continuaram do lado de fora à espera de um novo lote. Amanda Cucato, de 38 anos, tirou os dois filhos, de 3 e 9 anos, mais cedo da escola ontem para tentar a vacinação e não desistiu. "Não acho em lugar nenhum, prefiro esperar aqui e garantir do que ficar rodando. Tenho esperança de que hoje chegue um novo lote", disse, após mais de 4h de espera. Ela continuava na fila no fim da tarde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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