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Líder de grupo anticorrupção que acusou irmã do rei é detido na Espanha

Redação Folha Vitória

Madri - A polícia espanhola prendeu nesta sexta-feira o líder do grupo anticorrupção que apresentou acusação por fraude fiscal contra a infanta Cristina, irmã do rei Felipe VI da Espanha, afirmou um funcionário. Enquanto isso, testemunhas prestaram depoimento no julgamento por possível corrupção na realeza espanhola.

O secretário-geral da organização Manos Limpias, Miguel Bernad, foi detido em sua casa em Madri por delitos financeiros, disse o funcionário, que pediu anonimato. Outra fonte policial disse que foram detidas 11 pessoas, na investigação que busca determinar se o grupo apresentou denúncias em alguns casos somente para retirá-las depois, em troca de dinheiro. A declaração não menciona o caso de Cristina.

Mas um dos advogados de Cristina, Pau Molins, disse à emissora de televisão Antena 3 que a Manos Limpias solicitou uma soma significativa de dinheiro para retirar as acusações contra a princesa, sem dar detalhes.

A advogada do grupo Manos Limpias que interroga testemunhas no caso de Cristina, Virginia Negrete, disse à imprensa em Palma de Mallorca que não tinha nenhuma informação sobre a prisão. Ela também disse não ter notícia sobre a retirada de acusações de em troca de dinheiro e afirmou que jamais solicitou dinheiro em sua carreira profissional. Manos Limpias não respondeu de imediato a um e-mail com pedido de comentários sobre a prisão.

O julgamento da infanta ocorre em Palma de Mallorca porque a Manos Limpias denunciou Cristina de Bourbon por fraude fiscal, após a promotoria se recusar a fazê-lo. A entidade alegou que a irmã do rei deveria enfrentar ao menos uma multa administrativa.

Cristina é acusada de não declarar gastos pessoais pagos por uma empresa imobiliária que ela possuía com seu marido, Iñaki Urdangarin. No mesmo caso, Urdangarin enfrenta acusação por malversação de até 6,2 milhões de euros (US$ 6,8 milhões) dos contratos para conferências e eventos esportivos, com preços inflados ou que nunca se realizaram. O marido da princesa é acusado de utilizar seu título de duque para conseguir acordos para a organização não lucrativa Instituto Noos, que dirigiu junto com seu sócio, Diego Torres. Os advogados de Cristina, Urdangarin e Torres dizem que eles são inocentes. Fonte: Associated Press.

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