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Mata nativa do Espírito Santo apresenta crescimento equivalente a 27 mil campos de futebol

Os dados fazem parte do Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo, lançado nesta quarta-feira no Palácio Anchieta

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Seama) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), lan çaram nesta quarta-feira (25) o Atlas da Mata Atlântica do Estado. O serviço, que é inédito no Brasil, reúne dados oficiais da cobertura vegetal e também das demais formas de uso do solo no Espírito Santo de forma geral e individual, com informações detalhadas dos 78 municípios e 12 regiões hidrográficas que fazem parte do território capixaba.  

Foram mapeadas 25 classes de uso de solo nos períodos de 2007 a 2008 e 2012 a 2015: Mata Nativa, Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, Pastagem, Pinus, Restinga, Serigueira, Solo exposto, Área edificada, Massa d'água, Mangues, Mamão, Macega, Extração mineração, Eucalipto, Cultivos temporários, Cultivos permanentes, Coco da Baía, Cana de açúcar, Campo rupestre/altitude, Café, Brejo, Banana, Afloramento rochoso, Abacaxi e outros. 

No âmbito geral, os dados mostram que a Mata Nativa, durante esse período, aumentou 0,6%, passando de 15,3% para 15,9% da área do Estado, o que equivale a um aumento efetivo de 27.179,5 hectares e pode ser comparado a 27 mil campos de futebol de aproximadamente 90 X 120 metros. O atlas mostra ainda que a principal forma de uso do solo no Espírito Santo é a pastagem, presente em 39,2% do território capixaba. 

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Nas áreas de cultivo, o café, principal cultura agrícola do Estado, apresentou expansão, passando de 8,6% no período de 2007/2008 para 9,4% em 2012/2015, ocupando a posição de segunda maior área plantada do Estado. Já a eucaliptocultura, foi a atividade que mais cresceu, passando de 5,8% (2007/2008) para 6,8% (2012/2015), o que representa um aumento efetivo de 45.341,9 ha na área plantada.

Veja os dados dos principais municípios da Grande Vitória! 


VITÓRIA

No município de Vitória, as categorias Mata Nativa e Pastagem aumentaram 0,4% (30,3 ha) e 0,1% (8,5 ha), respectivamente, enquanto que as categorias Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração e Macega tiveram redução 1,0% (84,0 ha) e 1,1% (98,9 ha), respectivamente. Com 35,3% do território coberto por áreas edificadas, o município se destaca pela presença de manguezais, mapeados em 13,8% do seu território.

Como era antes?
Os dados mostram que 82,9% da Mata Nativa mapeada entre os anos de 2007 e 2008 se manteve em 2012 e 2013. Anteriormente, 11,6% da área havia sido classificada como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, 2,7% como Outros, 1,9% como Mangue e 0,9% como Área edificada. A alteração de uso do solo entre as classificações realizadas, com o Mangue passando para Mata Nativa, evidencia erro na classificação feita sobre as imagens de 2007 e 2008, possivelmente devido à sua menor qualidade, dificultando a correta interpretação.

Para a categoria Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, verificou-se que 79,4% manteve a mesma classificação nos dois mapeamentos, enquanto que 9,2%; 4,3% e 7,2% haviam sido classificados anteriormente como, respectivamente, Macega, Restinga e Outros.


VILA VELHA

As categorias Mata Nativa e Pastagem aumentaram 0,3% (71,9 ha) e 0,6% (119,0 ha), respectivamente, enquanto que as categorias Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração e Macega tiveram redução de 1,4% (292,9 ha) e 0,9% (197,3 ha), respectivamente. Segundo classificação de uso do solo feita a partir de imagens de 2012 e 2013, o pasto ocupa 35,8% do território de Vila Velha. A principal atividade agrícola/florestal do município é a heveicultura, que ocupa 1% da área, seguida pela eucaliptocultura, com 0,7%. O município também se destaca pela presença de mangues e de vegetação de restinga, mapeados em 0,8% e 0,6% do território.

Como era antes?
Em Vila Velha, 91,3% da Mata Nativa mapeada entre os anos de 2007 e 2008 se manteve em 2012 e 2013. Anteriormente, 8,2% da área havia sido classificada como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, 0,3% como Outros e 0,1% como Afloramento Rochoso.

A alteração de uso do solo entre as classificações realizadas, com o Afloramento Rochoso passando para Mata Nativa, evidencia erro na classificação feita sobre as imagens de 2007 e 2008, possivelmente devido à sua menor qualidade, dificultando a correta interpretação.

CARIACICA

A categoria Mata Nativa teve aumento 2,0% (545,9 ha) em Cariacica. Por outro lado, as categorias Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, Macega e Pastagem reduziram 2,7% (777,4 ha), 1,5% (439,7 ha) e 1,1% (306,9 ha), respectivamente.

A banana, cultura agrícola de maior destaque no município, subiu de 4,6% para 5,0%, passando a ocupar uma área de 1.386,3 ha. A cultura do café se manteve estável, com redução de apenas 0,1%, passando a ocupar 1,2% do território do município. Embora pouco expressiva, a área ocupada pelo eucalipto dobrou, passando de 0,5% para 1,0%, o que representa uma ocupação de 289,9 ha.

Como era antes?
No município de Cariacica, 89,7% da Mata Nativa mapeada entre os anos de 2007 e 2008 se manteve em 2012 e 2013. Anteriormente, 8,7% da área havia sido classificada como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração; 0,6% como Afloramento Rochoso, 0,6% como Outros e 0,4% como Banana. A alteração de uso do solo entre as classificações realizadas, com o Afloramento Rochoso passando para Mata Nativa, evidencia erro na classificação feita sobre as imagens de 2007 e 2008, possivelmente devido à sua menor qualidade, dificultando a correta interpretação.

Para a categoria Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, foi verificado que 74,5% manteve a mesma classificação nos dois mapeamentos, enquanto que 12,3%; 3,3%; 2,8% e 7,0% haviam sido classificados anteriormente como Macega, Banana, Pastagem e Outros, respectivamente. A transição da Banana para Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração pode indicar abandono permanente ou temporário da cultura ou, ainda, a transição da monocultura para cultivos diversificados, como os sistemas agroflorestais.

VIANA

A categoria Mata Nativa teve aumento de 1,5% (485,6 ha), enquanto as categorias Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, Macega e Pastagem tiveram redução de 2,0% (633,0 ha), 0,5% (176,3 ha) e 1,2% (349,2 ha), respectivamente. Segundo classificação de uso do solo feita a partir de imagens de 2012 e 2013, o Pasto ocupa 37,2% do território de Viana.

Assim como em Cariacica, a principal atividade agrícola do município é a banana, que ocupa 2,3% da área. Em seguida tem a eucaliptocultura (2%), cafeicultura (1,2%) e heveicultura (0,8%). No período analisado, somente o café teve perda de área plantada.

Como era antes?
Em Viana, 90,9% da Mata Nativa mapeada de 2007 e 2008 se manteve na classificação das imagens obtidas de 2012 e 2013. Anteriormente, 7,6% da área havia sido classificada como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração; ,8% como Outros; 0,4% como Afloramento Rochoso e 0,3% como Macega. 

Para a categoria Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, foi observado que 78,0% manteve a mesma classificação nos dois mapeamentos, enquanto que 8,9%; 4,9%; 2,6%; e 5,7% haviam sido classificados anteriormente como, respectivamente, Macega, Pastagem; Mata Nativa e Outros. 


SERRA

A categoria Mata Nativa teve aumento de 3,4% (1.881,8 ha), enquanto que as categorias Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração, Macega e Pastagem tiveram redução de 4,5% (2.465,9 ha), 1,1% (604,1 ha) e 0,8% (421,1 ha), respectivamente. Segundo classificação de uso do solo feita a partir de imagens de 2012 e 2013, o Pasto ocupa 28,9% do território de Serra. A principal atividade agrícola/florestal do município é a eucaliptocultura, que ocupa 6,3% da área, seguida pela cafeicultura (1,4%) e a heveicultura (1,3%).

Como era antes?

No município de Serra, 25,4% da Mata Nativa mapeada entre 2007 e 2008 se manteve na classificação das imagens de 2012 e 2013. Anteriormente, 74,2% da área havia sido classificada como Mata Nativa em Estágio Inicial de Regeneração; 0,1% como Eucalipto; 0,1% como Pastagem e 0,2% como Outros. 

OUTROS DADOS
• Marechal Floriano é o município com maior percentual de cobertura florestal, que equivale a 45,49% de seu território.

• Marataízes é o que apresenta menor percentual de cobertura florestal, que corresponde a 0,39% de seu território.

• Serra é o município capixaba que apresentou maior crescimento na cobertura florestal, passando de 11,6% para 15,1%.

*Todos os gráficos utilizados na reportagem fazem parte do Atlas. 

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