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Desastre em Mariana: MPES questiona laudo e exige que comunidades sejam indenizadas

A Fundação Renova nega que hajam provas de que a comunidade quilombola de Degredo tenha sido afetada pelo mar de lama destruiu o Rio Doce

Foto: Reprodução/ Record TV

Três anos após o desastre em Mariana, Minas Gerais, milhares de pessoas continuam sendo afetadas pelo impacto ambiental causado pelo rompimento da barragem. Desde terça-feira (2), o Jornal da Record, da Record TV,  exibe uma série de reportagens retratando o drama vivido por centenas de pessoas em toda extensão do Rio Doce. Na edição de quinta feira (4), a reportagem contou o drama de famílias capixabas que foram afetadas pelo desastre em 2015 e que  até hoje lutam para serem indenizadas pelos prejuízos.

>> Assista a reportagem completa do Jornal da Record!

São diversos casos de vilarejos e comunidades que tiveram suas atividades interrompidas por conta da contaminação da água. A reportagem mostrou que o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) atua para garantir o direito de centenas de capixabas que até hoje não foram amparados pelos programas da Fundação Renova - entidade mantida pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP. 

Moradores da comunidade quilombola Degredo do Norte, no município de Linhares, vivem às margens de pequenos rios afluentes do Rio Doce e desde o rompimento da barragem de Mariana, enfrentam dificuldades para realizar tarefas do cotidiano. 

Metade dos poços artesianos estão impróprios para consumo. Atualmente, cada família da comunidade quilombola recebe cinco litros de água por dia. Os moradores reclamam que a quantidade de água mineral fornecida pela Fundação Renova é insuficiente. Impedidos de pescar e plantar, a comunidade de Degredo luta na Justiça para serem incluídos no cadastro de afetados.

“Nossa comunidade se vê numa situação alarmante e de miséria. Tanto na saúde quanto na questão de comida. Somos uma comunidade extrativista, que vive da terra e do que ela produz e tudo nos foi tirado, de uma só vez”, lamenta Symone Silva, moradora de Degredo do Norte.

A Fundação Renova nega que hajam provas de que a comunidade de Degredo do Norte tenha sido afetada pelo desastre em Mariana. Mas o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), diz que o laudo da Fundação Renova é falho e que entidade tem por obrigação amparar com os quilombolas da região. 

“A vida das pessoas e o meio ambiente vem na frente. E como eles poluíram, até se excluíram totalmente (os impactos socioambientais), eles precisam pagar”, afirma o procurador federal, Malê de Aragão Frazão. 


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