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Game famoso pode ajudar a reconstruir Catedral de Notre-Dame após incêndio

Produzido pela desenvolvedora Ubisoft, o jogo Assassin's Creed: Unity possui um acervo de estudos e imagens considerado valioso para entender como era o interior do espaço

Foto: Reprodução/Ubisoft

Uma das franquias mais famosas do mercado dos games pode ajudar os franceses a reconstruir a Catedral de Notre-Dame, parcialmente destruída por um incêndio na tarde da última segunda-feira (15).

Produzido pela desenvolvedora francesa Ubisoft, o jogo Assassin's Creed: Unity, o sétimo da saga que conta a história da batalha entre assassinos e templários, possui um acervo de estudos e imagens considerado valioso para entender como era o interior do espaço. Isso porque o game, ambientado na época da Revolução Francesa, é recheado de referências reais e de composições de cenários idênticas ao que pode ser visto na Catedral.

Em entrevista ao canal especializado Rev3Games na época do lançamento do game, em 2014, a artista responsável pelos cenários, Caroline Miousse, contou sobre o processo de recriação digital e disse que, na verdade, nunca havia visto a catedral pessoalmente. "Precisei me apropriar de algo que nunca havia visto e foi muito importante conversar com pessoas para ter uma outra percepção de como se parece Notre-Dame", disse ela.

Para atingir o objetivo de reconstruir o cenário da catedral ela revelou ter utilizado pilhas de livros, várias ilustrações, pesquisas no Google e no site Wikipédia. Durante o desenvolvimento, porém, ela contou ter esbarrado com alguns objetos que possuíam direitos autorais. "Nós precisamos fazer uma pesquisa sobre eles e avaliar cada um que precisaríamos pedir pelos direitos", afirmou. Quando não foi possível, a equipe de desenvolvimento lançou mão da personalização para preencher as lacunas no cenário.

Reconstrução em cinco anos

Na terça-feira (16), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a catedral de Notre-Dame será reconstruída em cinco anos. Desde o incêndio, doações anunciadas por companhias francesas e milionárias para financiar sua reconstrução já ultrapassaram os 600 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões).

Mais de 400 bombeiros impediram o colapso total da igreja, que começou a ser construída no século 12 e sobreviveu a guerras, a revoluções, à ação do tempo e ao ingresso de 13 milhões de turistas por ano. Uma investigação preliminar indica que o fogo começou de maneira acidental na catedral mais visitada do mundo.

Diante das chamas, os parisienses se reuniram nas margens do Rio Sena e sobre pontes para assistir, incrédulos, às chamas consumirem a catedral. Parte deles entoou a Ave Maria. Muitos choravam, enquanto o fogo se espalhava pelo prédio, que começou a ser construído em 1163 e foi concluído em 1345.