CORONAVÍRUS

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Brasil tem avanço mais rápido do coronavírus entre 48 países

A análise é de um grupo britânico, que levou em conta quantas pessoas um portador do novo vírus é capaz de infectar

Foto: Reprodução/Pexels

Pesquisadores britânicos identificaram que o Brasil é o que tem a taxa de transmissão mais alta do coronavírus, se analisados 48 países. Os resultados das análises foram publicados nesta quarta-feira (29).

O levantamento feito pelo Imperial College London e pela Universidade de Sussex, leva em conta o "R", que é o número de reprodução do vírus, usado por cientistas para saber para quantas outras pessoas um infectado pode transmitir a doença. 

Se o R for superior a 1, significa um aumento da pandemia. Abaixo disso, indica uma desaceleração. Por exemplo, se for 2, há o risco de o número de casos duplicar em um curto período de tempo. 

De acordo com o estudo, a taxa de transmissibilidade varia de acordo as com medidas de contenção contra o coronavírus cada país implantou.

No caso da Itália, da Espanha e da França, que colocaram polícia nas ruas para impedir que as pessoas saíssem de casa sem necessidade, verifica-se uma desaceleração da pandemia.

No México, onde o presidente Andrés Manuel López Obrador, resistiu em implantar medidas de distanciamento social, há uma curva ascendente do número de novos casos.

O mesmo acontece no Japão, que tem uma taxa de transmissão de 1,42. O primeiro-ministro, Shinzo Abe, foi criticado por ter declarado estado de emergência em 7 de abril, três meses após os primeiros casos de coronavírus no país. Profissionais de saúde japoneses já temem um colapso da rede hospitalar.

Ainda segundo o estudo, o Brasil também não teve um alinhamento claro entre governo federal estados e municípios, desde o início da pandemia, em relação ao isolamento, fator que pode ter acelerado a disseminação do coronavírus.

Entre os países analisados, o número de reprodução do coronavírus no Brasil foi, na média, 2,81 (mínimo 2,25; máximo 3,57).

Na Itália, por exemplo, a média foi de 0,67; e na Espanha, 0,72. Por outro lado, o Japão, apresentou indicador de 1,42; a Rússia, 1,52; o México, 1,95; a Irlanda, 2,24 (a segunda mais alta).

Os cálculos dos pesquisadores britânicos destacam ainda que, com base nas mortes relatadas na semana passada no Brasil (1.669), a previsão é de que possa haver, nesta semana, 5.680 óbitos, considerando a taxa de transmissibilidade apontada.

Apenas ontem, o Brasil contabilizou 474 novos óbitos; um total de 5.017. As mortes por covid-19 reportadas no domingo e na segunda-feira (1.001) já representam 60% do total da semana passada.

Veja a taxa de transmissão em todos os países analisados:

Brasil: 2,81

Irlanda: 2,24

México: 1,95

Polônia: 1,78

Peru: 1,55

Rússia: 1,52

Paquistão: 1,48

Canadá: 1,47

Japão: 1,42

Índia: 1,39

Arábia Saudita: 1,37

Sérvia: 1,33

Romênia: 1,32

Argentina: 1,32

Egito: 1,30

Chile: 1,26

Filipinas: 1,19

Suécia: 1,17

Marrocos: 1,17

Hungria: 1,16

Indonésia: 1,05

Colômbia: 1,04

Bélgica: 1,03

Finlândia: 1,01

Estados Unidos: 0,98

Irã: 0,97

Bangladesh: 0,96

Turquia: 0,93

Ucrânia: 0,91

França: 0,85

Áustria: 0,84

Panamá: 0,81

Alemanha: 0,80

Portugal: 0,78

Noruega: 0,78

Dinamarca: 0,77

Argélia: 0,77

Espanha: 0,72

Reino Unido: 0,72

Suíça: 0,71

Equador: 0,71

Países Baixos: 0,68

Itália: 0,67

República Checa: 0,66

Coreia do Sul: 0,56

Israel: 0,52

República Dominicana: 0,44

Grécia: 0,41 


* Com informações do Portal R7.com

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