CORONAVÍRUS

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Especialistas fazem balanço após um mês de Coronavírus no ES e alertam sobre isolamento

Para os médicos, o pico da doença deve ser registrado em meados de abril, por isso, relaxar agora pode colocar tudo a perder

Foto: Divulgação

A confirmação do primeiro caso do Novo Coronavírus no Espírito Santo completou um mês no último domingo (5). De lá pra cá, a vida do capixaba mudou completamente. Com os decretos do Governo para o isolamento social, as ruas das cidades ficaram vazias e a maioria dos comércios fechados.

O psicólogo Paulo Ferri foi um dos primeiros pacientes com a infecção confirmada no Estado. Após 15 dias de isolamento completo, ele finalmente foi considerado curado da doença. A melhor notícia que ele poderia receber após passar dias de angústia.

"Eu fui ao Rio de Janeiro e no retorno eu senti alguns sintomas de tosse, dor de cabeça e dor no tórax. Eu fui ao hospital, fizeram o exame e me entregaram a resposta. Me mantive em quarentena desde o primeiro sintoma que eu percebi", disse.

O histórico que mostra o avanço do Novo Coronavírus no Estado assusta. A doença se multiplicou em poucos dias. No dia 5 de março foi confirmado o primeiro caso. Sete dias depois, o segundo. Já na terceira semana, o número saltou para 13. Depois, no dia 26, já eram 48 casos. Sete dias depois, 139 infecções confirmadas. 

O último dado divulgado pela Secretara de Saúde do Estado aponta que são 209 casos confirmados da covid-19 no Espírito Santo até esta segunda-feira (6). Destes, 38 pacientes já estão curados, 122 estão em isolamento residencial e 43 estão internados, sendo 25 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Seis óbitos foram confirmados.

Segundo especialistas, o isolamento social é o remédio para impedir o avanço da doença. De acordo com Luiz Carlos Reblin, subsecretário Estadual de Vigilância em Saúde, relaxar agora pode colocar tudo a perder. 

"A gente viu que no mundo todo a questão do isolamento social é a ferramenta que os países usaram para poder reduzir os casos e no Brasil não seria diferente. O que gente tem percebido é que uma parcela da população, especialmente neste último final de semana, deixou de aderir ao isolamento social. Isso para nós é um risco enorme, porque nós fizemos um esforço muito grande durante esse período, e agora, em poucos dias, temos a possibilidade de colocar tudo a perder", afirmou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a previsão é de que o pico de contaminação aconteça a partir da metade de abril. Só então será possível avaliar o quanto funcionou o isolamento social.

Para a médica infectologista Filomena Alencar, o crescimento no número de casos está dentro do esperado e é diferente do que acontece em São Paulo ou o Rio de Janeiro, pelas próprias características do Estado.

"A população tem uma característica diferente, ela é menor, tem hábitos diferentes, as aglomerações de São Paulo e no Rio são muito intensas. Então onde se vive com pressa e se tem aglomerados urbanos importantes, a gente vai ter mais possibilidade de ter casos com muito mais intensidade do que a gente tem aqui", disse.

Mas, ainda assim, ela ressalta a importância de ficar em casa. "Cada um faz sua parte e isso vai ajudar os gestores a planejar de uma maneira melhor como eles vão agir em relação ao que está acontecendo daqui para frente. Quanto mais gente sair, mais vai dificultar essa operacionalização dos leitos", completou.

* Com informações de Andressa Missio, da TV Vitória / Record TV





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