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Covid-19: Estado não corre o risco de ficar sem oxigênio, garante secretário de Saúde

A declaração foi dada durante coletiva, na manhã desta sexta-feira (9)

O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin, concederam, nesta sexta-feira (09), uma coletiva de imprensa para atualizar informações sobre o enfrentamento à covid-19 no Espírito Santo.

De acordo com o secretário, o Estado vive, neste momento, uma estabilização dos casos observados. No entanto, o patamar ainda está alto. "Dentro dos critérios de testagem, observamos, desde o dia 25 do mês passado, um comportamento de estabilização de média móvel de casos, que passa a representar uma repercussão na pressão dos leitos de enfermaria e pode passar a repercutir na pressão dos leitos de UTI e dos óbitos", disse.

Ele afirmou que as medidas adotadas de fechamento total contribuíram para reduzir os casos possíveis no Espírito Santo, atendendo às expectativas da redução da pressão assistencial, enquanto aumentava a quantidade de leitos, que já está perto de ultrapassar 2 mil, somados enfermaria e UTI.

Reblin esclareceu que o número atual de internações se deve à quantidade de pessoas contaminadas antes do fechamento total decretado no Espírito Santo. Ele ainda lembrou que não se deve naturalizar os sintomas, por mais leve que eles sejam. A orientação é procurar uma unidade de saúde para que seja realizado o teste de antígeno. Segundo ele, nesta semana, mais 190 mil testes chegam ao Espírito Santo para que seja agilizado o resultado.

O secretário reforçou os sinais de estabilização dos casos e afirmou que há uma  perspectiva de que, ao longo das próximas semanas, o Estado tenha um período de redução dos casos de coronavírus. 

Mortes

Nésio Fernandes: "Alcançamos 8 mil óbitos no Espírito Santo. Somos um governo com sensibilidade humana, que não esconde seus mortos e não tem teoria conspiratória sobre um trabalho realizado por médicos e enfermeiros, que constituíram no Estado um dos melhores trabalhos de investigação de óbitos do país. Usar os óbitos para construir teorias conspiratórias não é adequado para qualquer líder político. É duro perder qualquer pessoa para uma doença, que sabemos que pode ser evitada".

Momento crítico

Nésio Fernandes: "Reconhecemos que o Espírito Santo adotou medidas que conciliavam estratégias de luta contra a pandemia, sendo realizadas análises, e não erramos. Previmos a primeira, a segunda e a terceira expansão. A cada cenário, estratégias foram adotadas de maneira precoce e oportuna para que não faltasse remédios. Vivemos um momento crítico, mas não como vivem outros estados do país. Entendemos que o Espírito Santo caminha para ter um momento exitoso dentro do contexto que o país vive. Acreditamos que todos os líderes políticos, independente da orientação ideológica, deveriam estar unidos e sendo convocados diariamente à um alto grau de coesão".

Ocupação de leitos na rede privada

Nésio Fernandes: "A partir da tarde de hoje (sexta), vamos divulgar o painel de ocupação de leitos da rede particular do Espírito Santo para dar mais transparência. Vamos divulgar o censo com a totalidade de hospitais que informaram a sua real situação e vamos informar quais hospitais não enviaram dados para o censo".

Fornecimento de medicamentos

Nésio Fernandes: "Os hospitais estatais geridos pela gestão pública direta do Espírito Santo, assim como a rede privada e filantrópica, passam por dificuldade na aquisição de medicamentos, principalmente naqueles de intubação. No entanto, a rede pública tem uma situação melhor, pois nos antecipamos nas compras e temos contratos vigentes. As decisões que tomamos em fevereiro e março, não puderam ser atendidas pelos fornecedores por conta da crise de abastecimento. Desde a semana passada, diversos fornecedores estão apresentando uma possibilidade de suprimento parcial das quantidades solicitadas pelo Estado, de maneira que a gente tenha uma autonomia de medicamentos fornecida para 10 a 15 dias. Na rede privada, há uma dificuldade maior, pois os contratos são estabelecidos em outro marco jurídico. Temos a expectativa que haja um desabastecimento pleno na capacidade de suprir as UTIs".

Coletiva furas-filas

"Na próxima quarta-feira (14), teremos uma coletiva específica para tratar dos furas-filas. Iríamos apresentar no dia de hoje, mas os dados exigem uma coletiva de, pelo menos, uma hora para apresentar. São denúncias das ouvidorias. Sobre o assunto, destaco a preocupação de todos os gestores públicos da rede de saúde com a autorização para que os setores privados comprem vacinas. Essa autorização levará à novas dificuldades para aquisição de vacinas por parte do poder público. Não é adequado que numa pandemia o poder público tenha que competir com a rede privada. Isso irá estabelecer uma corrida pelas vacinas, levando a uma inflação no preço das vacinas do mercado."

Compra de vacinas

 "Nós não iremos fazer nenhum tipo de anúncio indevido e inapropriado. Diferente de outros estados e municípios, conseguimos preservar discrição nas negociações, pois são complexas, com questões de análises jurídicas, negociação de preço, checagem de fornecedor. Não faremos anúncios cotidianos a cada etapa de negociação com qualquer fornecedor. Queremos tranquilizar a população de que o governo segue negociações para viabilizar a compra de vacinas. No entanto, quando isso ocorrer, o próprio governador vai anunciar. A população precisa receber informações concretas. Não estamos em campanha eleitoral. Estamos enfrentando uma pandemia".

Registro de doses

O subsecretário Reblin afirmou que há dificuldade de registro das doses aplicadas em alguns municípios, mas que tudo será colocado em dia. Ele ainda lembrou que o Espírito Santo está recebendo, semanalmente, doses das vacinas. Sobre as Forças de Segurança, ele afirmou que os agentes serão vacinados em seus municípios de residência.

Oxigênio

Nésio Fernandes: "Nós reunimos os fornecedores de gases medicinais desde o ano passado, em reuniões documentadas com atas de presença e registros e estabelecemos uma pactuação com esses fornecedores, garantindo um apoio adicional aos fornecedores que possuem uma base produtora no Espírito Santo, como a Arcelor, para garantir o fornecimento de gases. Ocorreu um aumento importante no consumo, mas a preparação tem permitido que o Estado não sofra com a falta de oxigênio". 

Insumos

Reblin: "O Espírito Santo está totalmente abastecido. Ontem houve uma nova informação de que os insumos não faltariam e que a produção continua.  Vacinação da gripe começa no dia 12. Procure ver com seu município, fique atento ao intervalo entre a vacina da covid e a da gripe. Os grupos que não estão se vacinando contra a covid, se vacinem contra a gripe."

Leitos

Nésio Fernandes: "75% consegue ser atendido em menos de 24h. Temos 100 pacientes por turno, em atendimento pelo Samu. A pressão pelas UTIs é muito grande dentro da rede pública estadual. Os critérios de definição dos leitos é definido por protocolo."

Variante de Minas Gerais

N´ésio Fernandes afirmou que ao longo da pandemia, tem estabelecido contato direto com diversos secretários da saúde do país. "O secretário de Minas Gerais informou uma situação muito crítica em atender a alta pressão assistencial nos municípios mineiros na fronteira com o Espírito Santo. Informei que não seria possível fazer qualquer tipo de pactuação para atender os pacientes de Minas."

"Estudo feitos pela universidade de Minas aponta a circulação da variante P1, como a predominante nos municípios mineiros. Nós não temos a variante P1 em circulação, mas estamos em risco com a circulação nacional de outras variantes. Por conta da ausência de uma coordenação de fronteiras, é possível que o Estado também sofra com outras variantes. Precisamos entender que a variante brasileira, do Amazonas, possui um comportamento ainda mais crítico na população jovem e adulta, inclusive em relação à variante inglesa".

Mapa de risco

Municípios que estão em um determinado risco, podem mudar para um risco maior ou menor. Se subir de risco, permanecerá por mais 14 dias.

Foto: Divulgação/ Sesa

Casos no Espírito Santo

O Espírito Santo superou, nesta quinta-feira (8), a triste marca de 8 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus. De acordo com informações do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em 24 horas foram registradas mais 69 mortes em decorrência da covid-19. Com isso, o total de óbitos causados pela doença no Estado, desde o início da pandemia, chegou a 8.016.

Além disso, 2.626 novos casos da doença foram contabilizados no mesmo período, elevando o total de infectados para 398.573 no Espírito Santo. O Painel Covid-19 aponta, ainda, que 369.225 pessoas já conseguiram vencer o coronavírus no Estado.

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