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Atraso da Coronavac pode aumentar intervalo de aplicação entre 1ª e 2ª dose no ES

O intervalo entre as doses, que hoje é de 28 a 30 dias, poderá ter um acréscimo de mais 14 dias

O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, declarou, em coletiva realizada nesta sexta-feira (23), que o prazo entre a primeira e a segunda dose de aplicação da Coronavac pode ser ampliado. Segundo ele, já há uma discussão entre a Anvisa, o Butantan e o Ministério da Saúde para estudar a possibilidade. 

O intervalo entre as doses, que hoje é de 28 a 30 dias, poderá ter um acréscimo de mais 14 dias. O motivo é o atraso na produção e envio das doses pelo Butantan. 

"Entendemos que seria adequada a ampliação segura de, pelo menos, mais 14 dias para aplicação da segunda dose, caso os estudos técnicos consigam subsidiar essa situação. Isso faria com que ampliasse a aplicação da primeira dose e daria mais tempo para aquisição da segunda", disse.

Segundo o secretário, nas próximas semanas pode haver um atraso na aplicação das doses, devido à falta de insumos no Butantan. A expectativa, segundo ele, é de que a produção das vacinas seja retomada ao longo da primeira quinzena de maio. 

"Tivemos, por parte do Butantan, atraso na disponibilidade e na produção de doses, o que poderá acarretar uma suspensão dos envios de doses nas próximas três semanas. Esse assunto está sendo tratado pelo Conselho Nacional de Secretários e outros órgãos, para poder resultar em medidas seguras para preservar a execução do calendário de vacinas."

Foto: Divulgação

Devido à produção, o número de doses da Coronavac que será entregue ao Espírito Santo nesta sexta-feira é bem menor em relação ao quantitativo antes recebido. São 13 mil doses enviadas pelo Butantan. Já da vacina Astrazeneca, da Fiocruz, serão entregues 57 mil doses. Os imunizantes começam a ser entregues aos municípios e regionais logo após a chegada e registro.

Imunidade coletiva em idosos

Nésio afirmou ainda que, na próxima semana, deve ser concluída a vacinação com a primeira dose em toda a população idosa do Espírito Santo. Segundo ele, em junho, quando começa o inverno, pode haver uma imunidade de rebanho na população acima dos 60 anos no estado. Nesta semana, o desafio é adiantar ao máximo a vacinação.

Queda de óbitos

Nésio afirmou também que há uma expectativa de queda no número de óbitos até o final do mês de abril. O subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin, reforçou que é observada uma estabilidade no número de mortes e, dentro de uma semana, pode haver queda na quantidade registrada diariamente. Ele ainda destacou que o número de internações também registra queda.

"O Estado consolidou uma fase de recuperação e queda da curva de casos observados. Reduzimos pela metade o tempo da curva de casos em comparação com as curvas anteriores vividas no Espírito Santo ao longo do ano passado. Nós vivemos a semana epidemiológica 12, entre os dias 21 e 27 de março, que representou o pico da doença e casos observados no Estado. Ainda, sete dias depois do início da quarentena, nós já pudemos observar a formação de um pequeno platô, uma estabilização no ponto máximo de crescimento de casos que durou pouco tempo e, em seguida, já passou a desenhar uma fase de recuperação e queda robusta da quantidade de casos novos observados da covid-19", afirmou Nésio. 

De acordo com o secretário, a mortalidade hospitalar entre os idosos com mais de 80 anos já alcançou uma queda de 86%. Ele afirma que a cada semana que avança, temos mais efeito da vacinação na população idosa no Espírito Santo. Reblin destacou que a queda de casos da doença também é registrada entre os trabalhadores da saúde.

Comorbidades
"Pessoas com doenças raras, deficiência, Síndrome de Down e obesidade mórbida devem estar na primeira linha de vacinação após concluirmos a vacinação dos idosos acima de 60 anos. Entendemos que a população atingida por comorbidades não precisa respeitar o critério de idade e que devem ser vacinadas."

Testagem dos municípios

"Neste ano realizamos 10 reuniões com todos os secretários municipais de saúde. Como gestão estadual, adotamos diretrizes e estratégias e damos subsídio para que eles consigam operacionalizar. Não é aceitável que neste momento da pandemia, por municípios não tenham implementado a testagem por antígeno em toda a atenção básica."

Orientação para vacinação
"Recomendamos a toda a população que, no momento da vacinação, solicite que o vacinador demonstre a vacina preenchida antes da aplicação e, depois, que ele apresente a seringa vazia. Isso pode garantir plena segurança. É muito ruim que a população sinta insegurança diante desse processo. Precisamos que os municípios adotem medidas", afirmou o secretário. 

Ocupação de leitos

"Nós tendemos a caminhar com uma queda mais lenta da ocupação dos leitos de UTI, no entanto, já se observa uma queda mais robusta da procura de novos casos, leves e moderados, no serviço de urgência e emergência em todas as regiões do Espírito Santo. No entanto, os casos ainda internados são casos de pacientes ainda complexos, que têm um tempo médio de permanência alto", disse o secretário. 





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