Espírito Santo registra mais de 250 casos de violência sexual contra criança em 2016
Informação é da Secretaria Especial de Direitos Humanos, com base nas denúncias recebidas pelo Disque-100. Crime com o maior número de registros foi o de abuso sexual
O Espírito Santo registrou 279 casos de violência sexual infantil no ano passado. A informação é da Secretaria Especial de Direitos Humanos, com base nas denúncias recebidas pelo Disque-100.
O crime com o maior número de registros foi o de abuso sexual, com 211 denúncias. Também foram registradas 50 ocorrências de exploração sexual, cinco de grooming (tentativa do adulto para conquistar a confiança da vítima), três de pornografia infantil e de sexting (divulgação de conteúdo por meio de celulares), além de sete registros de outros casos de crime sexual.
No Brasil, só nos anos de 2015 e 2016, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu mais de 37 mil casos de denúncias de violência sexual na faixa etária de 0 a 18 anos, o que corresponde a 10% das ligações feitas à central telefônica.
No ano passado, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram os cinco primeiros no ranking das mais de 14 mil denúncias feitas por meio desse serviço. Os crimes de abuso sexual (72%) e exploração sexual (20%) foram os casos mais citados nesse levantamento.
Caso Araceli
Nesta quinta-feira (18) o assassinato da menina Araceli Cabrera Sanches, um dos crimes mais marcantes contra criança cometido no Espírito Santo, completa 44 anos. Justamente por causa desse crime, que teve repercussão nacional, o dia 18 de maio passou a ser o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
Na época em que foi assassinada, em 1973, Araceli tinha apenas 8 anos. A menina foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta, em Vitória. O corpo de Araceli foi encontrado seis dias depois de seu desaparecimento, num matagal próximo ao Hospital Infantil, na Praia do Canto.
A criança sumiu quando deixava o Colégio São Pedro, na Praia do Suá, em Vitória, para entrar em um ônibus e voltar para casa, no Bairro de Fátima, na Serra. Depois disso ela nunca mais foi encontrada com vida.
A menina, no entanto, sequer chegou a embarcar no veículo. Ao sair da escola, ela foi rendida, sequestrada e assassinada por asfixia.