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Aliança Opep-Rússia sobre corte na oferta de petróleo dá sinais de fraturas

Redação Folha Vitória

As primeiras fissuras aparecem na aliança liderada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cujos esforços impulsionaram os preços da commodity. Alguns membros do cartel acusam a Arábia Saudita de capitular à pressão dos Estados Unidos e da Rússia por preços mais baixos. O Kuwait e o Irã lideram a facção da Opep descontente com o acordo entre Riad e Moscou na semana passada para relaxar os cortes na produção, segundo pessoas ligadas ao assunto. Esses cortes reduziram o excesso de oferta global e ajudaram a garantir uma alta de 60% nos preços desde novembro de 2016, com o Brent chegando a superar os US$ 80 o barril.

O Irã é o principal rival político dos sauditas no Oriente Médio, enquanto o Kuwait é visto como um mediador nas disputas da Opep. O desconforto do Kuwait com a posição da Arábia Saudita sinaliza que há divergências profundas no cartel, o que poderia levar os preços para baixo caso acabe a aliança do grupo com a Rússia, maior produtora global.

O preço já chegou a cair US$ 5 o barril, após autoridades sauditas e russas terem dito na semana passada que era hora de liberar mais petróleo no mercado. A decisão ocorreu cerca de um mês depois de o presidente americano, Donald Trump, escrever no Twitter que se preocupava com o preço alto do petróleo, culpando a Opep. Companhias russas também pediam um relaxamento nos cortes, que tiram lucro delas.

"Alguns membros da Opep estão nas mãos dos EUA", afirmou neste mês o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh. O ministro saudita do Petróleo, Khalid al-Falih, deve ir ao Kuwait no sábado para reuniões, acompanhado do ministro do Petróleo dos Emirados Árabes, Suhail al-Mazroui, importante aliado saudita e atual presidente da Opep, informaram as fontes. Fonte: Dow Jones Newswires.

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