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Dia Mundial sem Tabaco: 7,80% da população adulta são fumantes em Vitória

No Estado, o tratamento ao fumante é ofertado em mais de 50 municípios capixabas

Nesta quinta-feira (31), é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

O tema abordado este ano é “Tabaco e doença cardíaca”, visto que a epidemia global do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas por ano, das quais 900 mil são não-fumantes que morrem por respirar o fumo passivo.

Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostram que no ano de 2006, 15,7% da população adulta brasileira era fumante, sendo que em Vitória era de 15,9%. Em 2016, a pesquisa revela que a frequência de adultos fumantes foi reduzida para 10,20% em nível de Brasil e 7,80% na capital do Espírito Santo.

De acordo com a referência técnica do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica – Fator de Risco Tabagismo, Kátia Guerzet Teixeira, houve redução na prevalência no número de fumantes devido ao fortalecimento das ações do programa, com divulgação dos malefícios do tabaco através de campanhas educativas em datas pontuais, nas ações legislativas com a proibição de fumar em locais fechados, advertências sanitárias nos maços de cigarros, entre outras ações.

Ela explicou que o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substância psicoativa e também é considerado a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.

“O tabagismo é reconhecido como uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína”, disse.

Ela explicou ainda que a dependência ocorre pela presença da nicotina nos produtos à base de tabaco e obriga os fumantes a inalarem mais de 4.720 substâncias tóxicas como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, além de 43 substâncias cancerígenas como arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas.

“Algumas dessas substâncias tóxicas também são conhecidas como potenciais irritativos, pois produzem irritação nos olhos, no nariz e na garganta, além de paralisia nos cílios dos brônquios. Desse modo, o tabagismo é causa de aproximadamente 50 doenças, muitas delas incapacitantes e fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas”, destacou.

A referência técnica do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica – Fator de Risco Tabagismo, Silvana de Oliveira Dias Valada, ressaltou que a nicotina presente no cigarro produz alterações no sistema nervoso central e modifica o estado emocional e comportamental do fumante.

“A nicotina, ao atingir o cérebro, libera várias substâncias que são responsáveis por estimular a sensação de prazer que o fumante tem ao fazer uso do cigarro. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o nível de satisfação que tinha no início”, explicou.

Esse efeito, segundo Silvana, é chamado de “tolerância à droga”, ou seja, quanto mais o tempo passa, mais o fumante sente a necessidade de consumir mais cigarros.

Doenças relacionadas

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis. Desses, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% por doença coronariana (angina e infarto) e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral).

Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras doenças tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.

Tratamento

No Estado, o tratamento ao fumante é ofertado em mais de 50 municípios capixabas, por meio de equipes multidisciplinares. O paciente que procura a unidade de saúde municipal mais próxima e participa das sessões em grupo e, dependendo do grau de dependência, é disponibilizada a medicação (adesivos, gomas, pastilhas e bupropiona).

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