Geral

Exames podem apontar se irmãos foram dopados ou agredidos antes de serem carbonizados

O trabalho de necropsia ainda vai apurar a causa da morte das crianças

Exames podem apontar se irmãos foram dopados ou agredidos antes de serem carbonizados Exames podem apontar se irmãos foram dopados ou agredidos antes de serem carbonizados Exames podem apontar se irmãos foram dopados ou agredidos antes de serem carbonizados Exames podem apontar se irmãos foram dopados ou agredidos antes de serem carbonizados
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Os médicos legistas do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória retiraram amostras de urina, sangue e de órgãos vitais dos irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauan Sales Burkovsky, de 6 anos, que foram carbonizados dentro da casa onde moravam em Linhares. O material foi enviado para análise na última segunda-feira (30).

O resultado deve sair em menos de dez dias e pode apontar se as crianças foram agredidas ou dopadas antes do incêndio. O trabalho de necropsia ainda vai apurar a causa da morte de Joaquim e Kauan.

>> Veja a linha do tempo sobre a morte dos irmãos em Linhares

A produção da TV Vitória conversou, por telefone, com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Ramalho. ele disse que o secretário de Segurança Pública, coronel Nylton Rodrigues, informou que o momento é de preservar as operações. Por isso, toda a equipe de segurança do Estado não está passando mais informações sobre o caso. Completou dizendo que o momento é de muita sensibilidade.


Nova perícia

O Corpo de Bombeiros realizou, na tarde de segunda-feira (30), uma nova perícia na casa onde ocorreu um incêndio, no último sábado (21). Ao todo já haviam sido executadas três perícias na casa, contando com o trabalho dos bombeiros militares e da Polícia Civil. 

Em uma dessas perícias, realizada pela polícia técnica da Polícia Civil, foi utilizada a substância conhecida como luminol, que detecta marcas de sangue e outros vestígios, mesmo depois do incêndio e de o local ter sido limpo.


Pastor preso

O mandado de prisão temporária desfavorável a Georgeval Alves Gonçalves, de 36 anos, conhecido como pastor George Alves, pai do menino Joaquim e padrasto de Kauã, foi cumprido na manhã de sábado (28) pela Polícia Civil, por meio de equipes da Delegacia de Infrações Penais e Outros (Dipo) e da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Linhares. Ele estava em um hotel do município quando foi detido.

A prisão foi solicitada, na noite de sexta-feira (27), pelo responsável pelas investigações do incêndio, ocorrido no último dia 21, que vitimou os dois irmãos. O Ministério Público, pela Promotoria de Justiça, que acompanha o caso, se manifestou favorável ao pedido e a Justiça acatou.

Crimes hediondos

A lei que rege a determinação de prisão temporária, Lei nº 7.960, de 1989, aponta que o artifício pode ser decretado pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de cinco dias e prorrogável por mais cinco em caso de extrema e comprovada necessidade. Contudo, a prisão temporária também pode ser de 30 dias em caso de crimes hediondos.

Thiago Andrade, especialista em direito penal e professor universitário, explica que os crimes hediondos, tipificados na Lei 8.072 de 1990, são aqueles que causam maior repulsa ou indignação na sociedade, como o homicídio doloso, estupro ou estupro de vulnerável, por exemplo.