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Conselho de Enfermagem abre processo ético contra enfermeira que debochou de vacina

Em janeiro, ela publicou vídeos criticando a eficácia da Coronavac, afirmando que só tomou porque queria viajar

Foto: Reprodução

A enfermeira Nathanna Ceschim, que fez um vídeo, no início deste ano, com críticas à Coronavac, terá a conduta apurada por meio de um processo ético, aberto pelo Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES). Na época do caso, ela chegou a dizer que "vacina que dá 50% de segurança não é uma vacina".

De acordo com o Coren-ES, a Comissão de Instrução concluirá o caso no prazo de 120 dias (4 meses), contados do recebimento dos autos. No entanto, o período pode ser prorrogável por mais 120 dias pelo Presidente do Conselho, mediante solicitação justificada do Presidente da Comissão.

A decisão pelo processo ético foi tomada após uma reunião ordinária, realizada entre os conselheiros do Coren-ES no dia 29 de março, quando foram admitidas as denúncias oferecidas sobre o caso da enfermeira, que chegou a ser demitida do hospital onde trabalhava.

Relembre o caso

Em janeiro deste ano, logo no início da campanha de vacinação contra a covid-19, a enfermeira, que trabalhava no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, publicou um vídeo em suas rede sociais dizendo que só tomou a vacina Coronavac porque "precisava viajar".

Na publicação, realizada após ter sido vacinada, Nathanna debochava da eficácia do imunizante. Ela também postou vídeos em que aparecia trabalhando no hospital sem o uso da máscara. 

A profissional atuava com pacientes infectados por coronavírus e recebeu a vacina no dia 19 de janeiro. O vídeo foi publicado três dias depois. "Tomei por conta que quero viajar, e não para me sentir mais segura. Uma vacina que dá 50% de segurança para mim não é uma vacina. Tomei foi água", diz Nathanna.

Ela se referia ao índice de eficácia da CoronaVac. Na verdade, o imunizante possui 50,38% de eficácia geral, para todos os casos. Além disso, a vacina tem 77,96% de eficácia contra manifestação de sintomas e 100% contra casos graves da doença, segundo o Instituto Butantan.

Dias depois, a enfermeira resolveu se pronunciar sobre o assunto e postou um novo vídeo em que afirmava estar com a consciência limpa, por não ter cometido crime algum e por ter, segundo ela, apenas expressado sua opinião a respeito da vacina.

"Não cometi crime algum. Não fui pega desviando ou desprezando vacina, não joguei vacina fora, não desviei verba da covid. Em nenhum momento do vídeo eu fiz campanha contra a vacina. Em nenhum momento do vídeo eu disse: 'olha, não se vacinem'! O meu vídeo foi totalmente caseiro. Eu estava dentro da minha casa, sem roupa de trabalho. Não envolvi ninguém, nenhuma instituição. Eu apenas exerci o meu direito, como cidadã, de expressar a minha opinião. A famosa liberdade de expressão".


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