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CRM-ES e Associação Médica se manifestam em favor da volta às aulas presenciais no ES

Há expectativa para que haja uma definição nesta sexta-feira (07) sobre o retorno das atividades nas escolas em cidades de risco alto

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e a Associação Médica do Espírito Santo (Ames) se manifestaram a favor da volta às aulas presenciais no Estado. A defesa das entidades acontece no dia em que o governador Renato Casagrande ir´á apresentar o novo mapa de risco, que trará a nova classificação das cidades com base no contágio do novo coronavírus. 

Diante de opiniões divergentes sobre o retorno, o CRM-ES e a Ames afirmaram  que as decisões em relação à reabertura das escolas devem ser tomadas com base em critérios técnicos e científicos e que as consequências do fechamento por tempo prolongado das escolas devem ser levadas em consideração.

No texto, as entidades ressaltam que estudos apontam que crianças e adolescentes são menos suscetívieis à covid-19, apresentando quadros mais leves do que a população adulta. Segundo o documento, isso pode mostrar a baixa possibilidade de que eles sejam fontes primárias de infecção em domicílios.

As entidades destacam que a falta de aulas presenciais pode prejudicar o desenvolvimento socioemocional e repercutir nas habilidades sociais que ocorrem entre crianças, com mediação de um adulto, sendo este o professor. O texto ainda lembra das crianças em maior vulnerabilidade social, que têm menos acesso à educação a distância.

Entre os argumentos apontados pelo CRM-ES e Ames, estão a preocupação com relação ao aumento dos episódios de violência doméstica contra as crianças (física, psicológica e sexual); aumento de irritabilidade e ansiedade de crianças e adolescentes portadoras de deficiência; e a utilização excessiva de dispositivos de tela (celulares, tablets, computadores etc.), afetando o desenvolvimento.

Na última semana, as Sociedades Espiritossantense de Pediatria (Soespe) e de Infectologia do Estado do Espírito Santo (Sies) recomendaram ao governo estadual que as aulas presenciais para alunos da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental fossem retomadas o mais rápido possível. O posicionamento das entidades médicas foi registrado em um documento entregue a representantes das secretarias estaduais de Educação (Sedu) e de Saúde (Sesa).

Nele, os profissionais indicam as razões para o retorno das atividades, apontando estudos e pesquisas feitas na Europa e em alguns Estados do Brasil sobre o impacto da pandemia na Educação e os riscos, considerados menores, para esta faixa etária. 

Debate

O debate e a expectativa sobre a retomada do ensino presencial no Estado ganhou mais força na terça-feira (04), quando a Prefeitura de Vitória anunciou, de forma isolada e sem autorização do governo, que irá retomar as aulas na próxima semana

Nesta quinta-feira (06), o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) entrou com um mandado de segurança preventivo na Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal contra o retorno das aulas presenciais em Vitória, anunciado para a próxima segunda-feira (10).

O sindicato argumenta que a decisão do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, contraria o Decreto Estadual de Calamidade Pública, que estabelece medidas de enfrentamento para conter o avanço da doença e desrespeita o mapeamento de risco que indica a suspensão das aulas presenciais em municípios em risco alto, como é o caso da capital capixaba.

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