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Empresas e ONGs ajudam a recuperar floresta nativa do ES

No Espírito Santo, 15,9% do território é de mata nativa, mas iniciativas governamentais, de empresas e de ONGs, querem recuperar mais território

Foto: Reprodução/Internet

Se o discurso da sustentabilidade é unanimidade, por que estamos falhando? No Espírito Santo, a mata nativa resiste e ocupa 15,9% do total da área do Estado. São 773,1 mil hectares, o equivalente a cerca de 773 campos de futebol. As informações são do Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo, do Programa Reflorestar.

Voltando à pergunta, respondê-la não é simples e foi uma das provocações em debate na Cúpula do Clima que aconteceu em abril e propôs metas ambiciosas aos países mais poluentes do mundo, incluindo o Brasil.

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E para aumentar a cobertura florestal, iniciativas governamentais, de empresas e de ONGs, atuam em um trabalho de revitalização de áreas nativas degradadas. Um exemplo é a Suzano, a maior produtora global de celulose de eucalipto, que atua no Espírito Santo em uma fábrica localizada em Aracruz. A empresa tem parcerias com organizações não governamentais para recuperar a mata atlântica.

O consultor ambiental da Suzano, Deivid dos Santos Pereira, afirmou que no Estado, a empresa tem parcerias com o Fórum Florestal do ES, Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (CEDAGRO), WRI Brasil, Pró-Tapir, Rede de Gestores do Corredor Central da Mata Atlântica, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Centro de Reintrodução de Animais Selvagens (CEREIAS).

"Estamos iniciando uma parceria com o WWF e a Procter & Gamble, com foco no fortalecimento dos arranjos institucionais para restauração da Mata Atlântica no município de Aracruz, principalmente aqueles que beneficiem diretamente pequenos agricultores e as comunidades locais e tradicionais", ressaltou Pereira

A companhia também tem parceria com uma das maiores organizações dedicadas à recuperação do meio ambiente, a S.O.S. Mata Atlântica. 

"O Plano é construído de forma participativa, visando conhecer a situação da vegetação nativa e propor ações locais para conservação, recuperação e uso sustentável de acordo com as vocações do município. A Fundação SOS Mata Atlântica vem atuando há mais de 30 anos e, em parceria com a Suzano, está realizando o projeto Planos da Mata, que tem como meta apoiar o processo de elaboração e implementação de PMMAs. Nos próximos dias, a Suzano vai informar quais são os municípios contemplados pelo plano", completa Pereira.

Entenda mais a parceria com a S.O.S. Mata Atlântica:

Mais investimento em reflorestamento

No Espírito Santo, iniciativas governamentais e de empresas buscam preservar o que resta do meio ambiente nativo. A Suzano, que fica em Aracruz, no Norte do Estado, planeja investir R$ 7,8 milhões em 2021. O montante deve ir para iniciativas que visam os reflorestamento e de apoio à recuperação do meio ambiente.

"Nosso programa de restauração investiu R$ 3,4 milhões em 2020, apenas no Espírito Santo. O projeto existe desde 2010 e investiu cerca de R$ 45,8 milhões em ativos ambientais", diz o consultor ambiental da empresa, Deivid dos Santos Pereira.

Foto: Divulgação/Suzano
Área de preservação da empresa Suzano, no Norte do Estado

Na área governamental, o investimento previsto em 2021 é de R$ 53,8 milhões. O investimento será feito pelo programa Reflorestar, principal projeto do governo do Espírito Santo para incentivar a recuperação do bioma capixaba. Cada propriedade rural aceita, recebe em média, R$ 20 mil em cinco anos para viabilizar os projetos de reflorestamento. Para saber como participar, basta acessar o endereço eletrônico.

"É um programa referendado por organismos ambientais internacionais e nacionais, que vê no Reflorestar uma oportunidade de colocar a sustentabilidade em lugar de destaque e de efetiva atuação, porque há preservação e também uma mudança na postura e na prática dos produtores rurais, em enxergar na floresta, que está inserida em suas propriedades, também como fonte de renda vinculada a esta preservação. E o objetivo é expandir ainda mais o programa, que até hoje já alcançou 74 dos 78 municípios capixabas", afirma o secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabricio Machado.

Trabalho de "formiguinha"

Foto: Reynaldo Monteiro
Além de plantar árvores, voluntários se reúnem para recolher lixo jogado em áreas nativas

Tudo começou com um trabalho entre dois irmãos que tinham uma propriedade em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Em 2006, começaram a plantar algumas mudas para recuperar parte da área. A partir daí, mais pessoas se juntaram à iniciativa e eles não pararam mais.

"O que era um trabalho informal virou uma estrutura de ONG. Depois viramos uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) e evoluímos para uma área de monitoramento e soltura de animais silvestres e também temos projetos de intervenções ambientais em áreas urbanas", explica o presidente da ONG Caminhadas e Trilhas, João Luiz Madureira.
Foto: Reynaldo Monteiro
Árvores plantadas por voluntários em área urbana

Quinze anos depois, o grupo de oito pessoas já soma mais de 10 mil mudas plantadas, além de outras ações de preservação e recuperação de áreas ambientais.

"Nós já recuperamos mais de cem nascentes. Também foram mais de 10 mil mudas plantadas. Além disso, nosso último projeto foi de plantar 300 árvores na área urbana de Cachoeiro de Itapemirim. Ver o resultado do nosso esforço nos deixa muito motivados", completa Madureira.

Reynaldo Monteiro

Árvores plantadas na área urbana

Reynaldo Monteiro

Nascentes recuperadas em Cachoeiro e na região Serrana do ES

Reynaldo Monteiro

Foram mais de 10 mil árvores plantadas

Reynaldo Monteiro

Local virou área de soltura de animais silvestres

Reynaldo Monteiro

Cachoeiro ficou mais fresquinha com mais árvores

Reynaldo Monteiro

Mais de 100 nascentes foram recuperadas

Reynaldo Monteiro

Grupo também também tira lixo das praias

Saiba mais: o que são ativos ambientais?

São investimentos especificamente pesados como métodos sustentáveis e que ajudam na diminuição dos níveis de poluição. Gastos e bens direcionados para os processos de eliminação ou redução dos danos ao meio ambiente. Tratam-se, portanto, dos investimentos que uma empresa faz em sustentabilidade e redução dos impactos ambientais de suas ações.

Os ativos ambientais podem ser representados na forma de estoques, produtos, peças, tecnologia, pesquisa e qualquer outra ação que pode contribuir para a preservação ambiental.

"O nosso propósito é renovar a vida a partir da árvore, renovando a forma de produzir, consumir, distribuir valor e como nos relacionamos com a natureza. Para impulsionar ainda mais as ações, contamos com o apoio de ONGs, associações, entidades e universidades", completa o consultor ambiental da Suzano, Deivid dos Santos Pereira.

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