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Maus-tratos a animais: 25 casos são investigados por mês no ES

Um dos mais recentes foi registrado na Serra, onde um homem teria matado e enterrado uma cadela, alegando que ela comia suas galinhas

Foto: Divulgação | CPI Maus-tratos

O caso do homem de 52 anos que foi preso suspeito de matar uma cadela a pauladas, no meio da rua, no bairro Lagoa de Jacaraípe, na Serra, foi mais um caso de maus-tratos a animais registrado no Espírito Santo. Casos como esse são relatados constantemente à polícia e à CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).

Dados da CPI revelam que a comissão recebe aproximadamente 120 denúncias por mês. Desse total, cerca de 25 casos são investigados pelo crime de maus- tratos a animais.

Segundo a CPI, o caso registrado em Lagoa de Jacaraípe foi denunciado na tarde de quinta-feira (27). Ao chegar ao local, a equipe da comissão encontrou a cadela enterrada na frente da casa do suspeito. O homem confessou o crime e afirmou que matou o animal porque ele teria comido algumas de suas galinhas. 

Em nota, a Polícia Civil informou que o suspeito foi conduzido à Delegacia Regional da Serra e autuado em flagrante por maus-tratos, com o aumento de pena do resultado morte. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana. 

Um dia antes, outro caso de maus-tratos contra animais foi registrado, dessa vez no bairro Santa Tereza, em Vitória. Câmeras de videomonitoramento registraram um homem e uma mulher descendo uma ladeira do bairro, cada um com um cachorro na mão. Em determinado momento, eles abandonam os cães na rua e seguem andando, deixando-os para trás.

O advogado criminalista Rivelino Amaral explica que a pena para quem comete esse crime pode ser de até seis anos de cadeia. "Essa lei está em vigor desde 1998 e teve uma alteração recente agora, em 2020, para aumentar a pena para os crimes contra cães e gatos. Então, no nosso país, quem maltrata, quem mutila ou quem tira a vida de cães e gatos sofre uma sanção, uma pena, que pode chegar até seis anos e oito meses de reclusão", destacou.

Para a presidente da Sociedade Protetora dos Animais do Espírito Santo, Regina Mazzocco, há omissão de políticas públicas. "Nós precisamos de políticas públicas para tirar os animais que estão em risco, que estão expostos. E precisamos de punição para as pessoas que cometem maus tratos. Por isso que eles fazem, porque nada acontece com eles", afirmou.

Cavalos

Os casos de maus tratos também envolvem animais de grande porte. Em Vila Velha, um morador registrou o abandono de cavalos, que foram deixados em um terreno baldio no bairro Itapuã. No local, não havia sequer água para os animais beberem. Alguns moradores, sensibilizados com a situação dos cavalos, acabam levando água e alimento até eles.

Regina Mazzocco disse que já conhece essa triste realidade. "Em areia não tem capim. Nasce mato e mato não é alimento para cavalo. Então não tem cabimento. Ali eu já fui várias vezes socorrer animal", contou.

"O sentimento é de angústia, de impotência e, ao mesmo tempo, de revolta, porque não é um problema difícil de resolver. Basta que os nossos gestores queiram", completou.

Abandono em apartamento

Em janeiro deste ano, a Guarda Municipal de Vila Velha encontrou um apartamento, no centro da cidade, cheio de cães e gatos vivendo em situação precária. A sujeira e o mau cheiro tomavam conta de todo o apartamento. Além de fezes e urina, os agentes encontraram 11 animais mortos no local.

Foto: Reprodução

Os animais viviam praticamente sem água e comida. Incomodados com o mau cheiro, os moradores do prédio acionaram a Guarda Municipal. 

Como a moradora do apartamento não estava no local e nem foi encontrada, o síndico precisou chamar um chaveiro para que abrisse a porta. Segundo os vizinhos, a mulher se mudou para o local há cerca de um ano e meio.

Os animais foram resgatados e levados para um rancho, no município da Serra

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