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Como juntar milhas e viajar gastando pouco ou até de graça?

A maior parte dos pontos que são trocados por milhagem se junta a partir do uso do cartão de crédito

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Foto ilustrativa

Quem não gosta de viajar e, de preferência, “de graça”? Bom, claro que não existe almoço grátis, mas entender como se acumulam milhas pode facilitar a vida dos viajantes de plantão e fazer isso pode ser mais simples do que parece.

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Sobre o assunto, Ricardo Brasil, educador financeiro, fundador da Gava Investimentos e pós graduado em análise financeira, conversou com a reportagem do Folha Vitória

O especialista explicou que a maior parte dos pontos que são trocados por milhagem se junta a partir do uso do cartão de crédito.

"Geralmente o cartão está vinculado a algum valor, por exemplo, a cada um Dólar gasto, convertido em Real, ganham-se alguns pontos, que variam a depender do programa. Os melhores cartões dão até 3,5 pontos hoje em dia. Por meio destes pontos, você troca por milhas depois, e, com elas, consegue fazer a viagem”, iniciou.
Foto: Divulgação

Segundo Brasil, é possível, por vezes, encontrar um trecho do Rio de Janeiro a São Paulo por cerca de 5 mil milhas, às vezes menos. 

“Já uma viagem para os Estados Unidos, um trecho de ida pode ser encontrado por aproximadamente 30 mil milhas.

 Dependendo da pontuação que a pessoa teve que fazer, gastou no cartão por volta de U$ 10 mil (dólares), e então ela ganhou a passagem”, continuou.

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O educador financeiro também esclareceu que há várias companhias com programas de milhas, como, por exemplo, a Gol com o Smiles, a Latam e a Azul, que por vezes têm convênios com empresas aéreas internacionais.

Inserido nos programas de milhagens, além de o usuário poder pegar os pontos do cartão de crédito e trocar, há algumas dinâmicas. “Se a pessoa fizer a compra de alguma coisa, ganha um pouco mais de pontos, por exemplo; também acontecem promoções. Mas a maioria dos casos se vincula ao cartão de crédito, que é por meio de que realmente se gasta mais dinheiro”, disse.

Veja dicas para usar milhas para viajar

Sobre aumentar o saldo, Ricardo indica a possibilidade de participar de dinâmicas como promoções, mas acredita que a melhor forma de pontuar seja encontrar um cartão que tenha uma condição interessante.

“Vai ter cartão que cada dólar será 1 ponto, outros que dão três pontos por dólar. De início o ideal é encontrar um bom cartão. Outra dica é esperar a Black Friday, já que todos os programas costumam dar benefício. Por exemplo: se trocar ‘hoje’, ganha 100% de bônus, ou seja, se você acumulou no cartão 10 mil pontos, quando transferir na Black, pode conseguir 20 mil dependendo da oferta. É bom ficar ligado nisso”, explicou o especialista.

Para alguns planos de milhagem basta que o indivíduo interessado esteja inscrito, em outros, paga-se por isso mensalmente e adquire maiores benefícios, como: 10 mil pontos são convertidos em 16 mil.

Outra dica muito importante é que na hora que tiver em mãos um bom cartão de crédito, não se deve converter logo os pontos em milhas, mas deixar no cartão até a hora que aparecer uma promoção que dobre os pontos. Sobre as passagens mais baratas: fique esperando promoção ou pegue as milhas e venda a terceiros, por exemplo por meio do site ‘Hot milhas’. A vantagem é que quando vende, não fica vinculado a um programa de uma companhia só”, concluiu.

Viajantes relatam experiências em viagens com milhas

A arquiteta Larissa Muniz Cerqueira Nogueira, de 27 anos, é experiente no assunto “acúmulo de milhas”. Segundo ela, ao contrário do que muitos pensam, o acúmulo de pontos não se dá apenas por meio de cartões de crédito e voos realizados, mas há inúmeras outras formas, por exemplo: abastecendo o carro, fazendo compras de supermercado, roupas, sapatos, perfumes, bebidas, itens para Pet, entre outros.

“Basicamente, milhas são consideradas quando já estão no programa da companhia aérea. Pontos são aqueles que acumulamos, seja em cartões de crédito ou em programas de pontuação, e que ainda vão ser transferidos para o programa de milhas da companhia aérea. Quando os pontos são acumulados pelo cartão de crédito ou de uma compra, isso é conhecido como “milhas orgânicas”. Significa que são milhas que você não “gastou” para acumular, já que se deu através dos gastos do dia a dia ou por uma compra que precisaria ser feita”, disse.

Além de acumular pontos e milhas com o uso do cartão de crédito, abastecimento ou compras do dia a dia, também é possível assinar os clubes dos programas de pontuação e os programas de fidelidade das companhias aéreas. “Basta entender se vale a pena diante da estratégia dos seus acúmulos ou da sua próxima viagem”, acrescentou.

Saiba como funciona compra de pontos

Também é possível comprar pontos para transformar em milhas ou até mesmo comprar diretamente na companhia aérea. “Sempre indico aguardar uma promoção para que o milheiro saia por um valor abaixo do mercado. Há muitas compras e vendas de milhas. Existem empresas que trabalham somente com isso e também existem pessoas físicas que fazem renda extra com acúmulos e vendas”, esclareceu.

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Para que o acúmulo seja mais rápido, vantajoso e com baixo custo, é inteligente aguardar uma promoção de transferência. Segundo resumiu Larissa, os programas de pontuação dos cartões e bancos eventualmente fazem promoções de transferência bonificada para as companhias aéreas.

“Exemplo: o programa de pontuação do Itaú (Iupp) está oferecendo 100% de bonificação para quem transferir os pontos para o programa de milhas da Azul (Tudo Azul) até o dia “X”; caso você transfira 10 mil pontos, ele se transformará em 20 mil milhas no programa Tudo Azul”, sugeriu.

Larissa também disse que prefere acumular os pontos nos programas de pontuação, como pelo Livelo ou Esfera, para que sempre tenha a oportunidade de transferir com bonificações para a companhia aérea que preferir. Esses programas são gratuitos e não precisa ser cliente ou ter cartão do banco.

“Assim como os programas de milhas das companhias aéreas, os programas de pontuação também tem parceiros dentro de sua plataforma. Desta forma, fica muito mais fácil, vantajoso e menos custoso acumular. Exemplo: se eu comprar um tênis de R$ 200 na Netshoes, que é parceira desses programas, acumularei pontos. Para ser mais vantajoso, posso aguardar uma promoção quando a Netshoes estiver oferecendo 10 pontos a cada R$ 1 gasto e assim acumularei 2 mil pontos com a compra do tênis. Aguardo uma promoção de transferência bonificada para alguma companhia aérea e esses 2 mil pontos podem se transformar em 4 mil milhas ou até mais”, afirmou.

A arquiteta disse ainda que, sobre a compra de passagens com milhas, é preciso entender quanto custa o milheiro acumulado para saber se vale a pena a troca. 

“Normalmente, resgatar passagens com milhas vale a pena, além de disponibilizarem várias promoções para este método. Há também formas inteligentes de resgatar passagens através de trocas de conexões/trechos, mas isso vale para resgate tanto com milhas quanto com dinheiro”, pontuou.

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A melhor forma, segundo Larissa, de organizar o acúmulo para a próxima viagem, é entender qual companhia melhor atende o aeroporto de destino ou de sua cidade. Assim, o interessado saberá quanto custa uma passagem por milhas e se torna possível comparar com outras companhias aéreas.

Do mesmo modo, o advogado Matheus Santiago, de 33 anos, acumulador de milhas desde 2019, frisa que saber usar o cartão de crédito é o principal, pois toda e qualquer compra rende pontuação para troca em milhas. 

“A assinatura de clubes também ajuda bastante, principalmente quando há a chamada transferência bonificada, em que os pontos do clube podem até mesmo duplicar quando transferido para a companhia aérea”, comemorou.

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