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Após excomunhão, padre Beto vai realizar casamento gay no Espírito Santo

A decisão foi ratificada pelo Vaticano em novembro de 2014, não havendo mais recurso. Desde então, o padre excomungado já realizou quatro casamentos entre pessoas do mesmo sexo

O ex-padre já é conhecido no Estado de São Paulo por celebrar casamentos homoafetivos Foto: Divulgação

Pouco mais de dois anos após ser excomungado da Igreja Católica, Roberto Francisco Daniel, conhecido como Padre Beto, vem ao Espírito Santo realizar um casamento gay entre um médico e um universitário.  Padre Beto foi excomungado em abril de 2013 pela Diocese de Bauu (SP), após se posicionar em redes sociais contestando princípios morais da igreja. 

Padre Beto também opinou sobre assuntos considerados polêmicos como homossexualidade e infidelidade. Por não se retratar publicamente, como determinou a igreja, ele foi excomungado. A decisão foi ratificada pelo Vaticano em novembro de 2014, não havendo mais recurso. Desde então, o padre excomungado já realizou quatro casamentos entre pessoas do mesmo sexo em Jaú (SP), Belém do Pará (PA).

De acordo com Padre Beto, Deus se faz presente no amor entre as pessoas. “Eu não acredito que falte amor entre pessoas do mesmo sexo. Deus só se faz presente no amor. Apesar de ser excomungado e não poder ministrar em nome da Igreja Católica, eu sou um padre, vivo como padre e realizo as cerimônias em nome de Deus e do amor”, Explicou. 

O padre excomungado continua desenvolvendo atividades pastorais- missas, casamentos e atendimentos. Por conta disso, o padre fundou uma igreja. “Fundei a Igreja Humanidade Livre. A igreja não tem doutrina. Seguimos Jesus Cristo e acreditamos em dois mandamentos que Cristo nos ensinou: ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, Justificou. 

Para o casamento deste sábado, o padre explica como é o processo. “Eu tirei elementos católicos da cerimônia. A missa, que é do cristianismo, é cheia de músicas e descontraída. É livre e vai de acordo com a nossa realidade”, explicou.  Segundo o padre Beto, a diferença entre a cerimônia realizada na Igreja Católica é que não tem comunhão e benção nupcial.

Os noivos que realizarão o casamento em Vitória se conheceram há dois anos e já moraram juntos. Romário Freitas, de 50 anos, é médico e capixaba, e conheceu Danillo Melo, de 22 anos, estudante de arquitetura, durante a viagem. O casal se animou com a possibilidade de ter uma cerimônia completa, não apenas uma benção. "A festa vai ser muito bacana. Para celebrar a união. Vou receber, também, convidados especiais, como a Silvetty Montilla e a Chica Chiclete. Estamos ansiosos", disse.

Arquidiocese é procurada
A Arquidiocese de Vitória foi procurada para comentar o caso. No entanto, a assessoria de imprensa afirmou que o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, não vai se pronunciar sobre o assunto. De acordo com a assessoria, a igreja não reprime o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas o ato não é considerado um sacramento para igreja.  

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